Talvez sem querer, o governador Jorginho Mello (PL) fez uma pegadinha com muita gente da nossa região. Ao convocar, junto com o secretário de Portos, Aeroportos e Ferrovias, Beto Martins, autoridades e representantes de entidades comerciais e empresariais do Sul de Santa Catarina a estarem presentes num almoço no Palácio da Agronômica, onde se discutiria a situação do aeroporto Humberto Ghizzo Bortoluzzi, deixou no ar a ideia de que deveríamos nos preparar para o pior, principalmente porque dias atrás a Azul havia anunciado a suspensão dos seus voos entre Jaguaruna e Campinas.
As investidas da Latam
O que se viu na capital, todavia, foi algo bastante diferente. Jorginho e Beto apresentaram aos que estavam no encontro, o Head de Assuntos Públicos da Latam Brasil, Eduardo Macedo, que veio a Santa Catarina para anunciar novos voos a partir do Humberto Guizzo Bortoluzzi, suprindo de imediato o espaço deixado pela Azul e já preparando terreno para futuras ampliações de rotas, que deverão vir quando a nova Administradora concluir os melhoramentos previstos no novo contrato de concessão daquele aeroporto.
Um voo pela manhã
A Latam, que já tinha um voo no meio da tarde ligando Jaguaruna a Guarulhos, agora vai ter, a princípio, dois voos diários durante cinco dias da semana, sendo o novo pela manhã, saindo de Jaguaruna às 10h e retornando no fim do dia, às 18h. Este será o voo perfeito para aqueles que tiverem que ir a São Paulo especificamente a serviço. Chega lá, faz o que tiver que fazer, ou compra o que tiver que comprar, e no mesmo dia retorna a Santa Catarina. Quando falo a princípio é porque de julho em diante já existe um novo projeto de ampliação de voos diários;
Custo dos combustíveis
Por que a Latam já não fazia isso antes? Primeiro porque já havia a Azul na rota com o seu voo diário. A princípio não existe demanda para duas aéreas disputando o mesmo espaço no mesmo período do dia. E segundo porque são exatamente nestes momentos de crise (e perder o voo da Azul sem dúvida acendeu um sinal vermelho) que surgem novas ofertas e acordos entre as partes envolvidas. Como cabe ao governo do Estado, mesmo que o aeroporto tenha passado para as mãos de uma concessionária, administrar os impostos sobre combustíveis, foi exatamente aí que se abriu a negociação. O governo catarinense oferece o combustível sem impostos, ou com impostos bem reduzidos em todos os aeroportos que ele administra, e a Latam se dispõe a executar as novas rotas sem maiores riscos de prejuízo. Que bom.