“Afora o próprio Jair Bolsonaro, ninguém é dono do bolsonarismo em nosso estado. Quem decide isso é o povo e eu espero que a decisão final, caso se opte por uma unificação da direita por aqui, fique atrelada a pesquisas que poderão dizer quem é o melhor representante para o movimento em Santa Catarina nas eleições do ano que vem”. Foi assim que reagiu o prefeito de Chapecó, João Fernandes do PSD, quando indagado por este colunista numa entrevista na Rádio Cidade ontem, “se sua pré-candidatura não dividiria a direita, que já tem o governador Jorginho Mello (PL) como candidato natural à reeleição”. João foi lançado como pré-candidato ao governo pelo PSD durante um evento no último sábado, que reuniu mais de cinco mil pessoas em Chapecó, numa comemoração do aniversário do prefeito.
Restringindo gastos
Qual o efeito que isso vai fazer em nossa economia não se sabe, mas a verdade é que o governo federal, ao invés de parar de gastar, resolveu restringir, até maio, R$ 128,4 bilhões de gastos discricionários, ou seja, aqueles não obrigatórios. A medida foi anunciada pelo Ministério do Planejamento e Orçamento e a determinação consta em decreto publicado um dia após a aprovação do Orçamento 2025. Entre junho e novembro, está prevista outra contenção, de R$ 69,4 bilhões.
No limite das despesas
Muito aquém daquilo que especialistas dizem ser necessário para manter a economia sob controle, segundo o ministério responsável pelo Orçamento, o objetivo do documento é “garantir o cumprimento da meta de resultado primário e o limite de despesas primárias”. Na prática, o intuito é travar o avanço dos gastos públicos ao longo do exercício. Mas quais os gastos públicos? Os investimentos, é óbvio. No fundo sobra para todos nós pagadores de impostos. Os “trens da alegria”, como este recente em que o presidente Lula levou mais de 130 pessoas para o Japão, continuarão nos próximos dois anos, e com reforço substancial em 2026, por ser ano eleitoral. Essa gastança eles não param.
Exemplos
Vejam só: o decreto apresenta expectativas de dotações para cada órgão até o fim de 2025. Com isso, o Ministério de Minas e Energia, por exemplo, não terá como empenhar R$ 161 milhões até maio e R$ 580 milhões até dezembro. Já o Ministério da Saúde poderá gastar apenas R$ 10 bilhões até maio, R$ 22 bilhões até novembro e R$ 36,6 bilhões até dezembro. Por meio de nota, o Ministério do Planejamento e Orçamento justificou a restrição maior que o autorizado pela Lei de Diretrizes Orçamentárias à necessidade de adequar a execução de gastos aos limites do arcabouço fiscal e do próprio orçamento aprovado na última semana. Esse governo é uma piada.