09 DE MAIO DE 2024
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JOSÉ WARMUTH

05/04/2024 06:00

Mutilação voluntária

Hoje eu me dirijo a você, jovem norte-americana, que acaba de ganhar,  na rigorosa Justiça daquele país,  o direito de submeter-se a uma operação para retirada dos seus dois seios.

Fico pensando na sua dramática decisão em fazer amputar este que é um dos mais belos símbolos da feminilidade na mulher e que, em você, estavam perfeitamente sãos. Ou deveria dizer: ainda estavam.

O fato de você ter tido  sua mãe, a quem tanto ama, e duas irmãs, vítimas de câncer de mama,  fez você tomar essa amarga decisão. Mas ela esteve muito bem fundamentada, pois os exames hoje disponíveis, que são as dosagens dos assim chamados marcadores do câncer de mama, indicavam o alto risco que você corria de contrair a moléstia.  Hoje, sabe-se, existe um importante fator hereditário na ocorrência desta doença.  

É bem verdade que você os teve substituídos por próteses, mas elas não servirão para aleitar os filhos que você possa vir a ter.

Bem sei que este drama de consciência você o teve. É bem verdade que você está cheia de razão ao arrazoar que é também  importante estar viva para criar a sua prole. Isto não se discute.

Ao mundo, você deixa a importante mensagem de que a vida vale a pena ser vivida, e que apegar-se a ela sempre vale  muito, pois a cada minuto vivido novas emoções poderão enriquecer a nossa alma, novas boas ações podemos praticar. 

Aos homens da Ciência, aos pesquisadores, você chama a atenção para a importância de que este flagelo da humanidade tenha um fim, para que o sagrado leite materno possa continuar alimentando e desenvolvendo crianças saudáveis e para que todas as mulheres, sem exceção, possam ostentar os seus pares de seios, que tanta graça e beleza lhes conferem e que prótese alguma pode substituir.

Diário do Sul
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