Bióloga de Tubarão é autora de estudo sobre técnica mais rápida e econômica
A bióloga Sabrina Fernandes Cardoso, da Regional de Saúde de Tubarão, é a autora principal de um estudo que propõe um método mais simples, rápido e econômico para monitoramento e detecção da febre amarela silvestre. O trabalho, realizado em parceria com a Ufsc, a Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina (SES/SC) e a Fiocruz, visa melhorar a resposta à saúde pública, já que os testes atuais têm alta complexidade e custo.
O monitoramento da febre amarela em primatas não humanos, como macacos, serve como alerta precoce para surtos da doença em humanos. O novo método promete aprimorar a vigilância da doença no Brasil, especialmente após a reemergência da febre amarela a partir de 2002, que causou milhares de mortes de primatas e mais de 2,1 mil casos humanos com alta taxa de letalidade.
A vigilância no Brasil foca em três áreas: monitoramento de casos humanos, análise de mosquitos transmissores e incidência em primatas. Porém, a detecção das epizootias enfrenta dificuldades devido à complexidade e distâncias dos laboratórios de referência.
Agilidade
No caso de Santa Catarina, local de aplicação do estudo, o laboratório de referência mais próximo é a Fiocruz Paraná, em Curitiba. “Quando o vírus adentrou Santa Catarina em 2019, começamos a observar que demorava muito tempo para chegar o laudo dos laboratórios. Como eles (Fiocruz Paraná) atendem três estados e uma série de municípios, o laudo demorava quase um mês para chegar até nós”, relata Sabrina.
O novo método desenvolvido por Sabrina e a equipe de pesquisadores é mais ágil e barato, usando uma técnica isotérmica, que ocorre em uma única temperatura. O custo dos equipamentos necessários é de cerca de R$ 2 mil, muito mais acessível em comparação aos termocicladores convencionais.