Artigo
Eu já andava muito inquieto com as últimas notícias da mídia a respeito dos vários investimentos que o governo catarinense está anunciando. Nada contra qualquer investimento, muito obviamente. Mas me chamou a atenção o fato de tais investimentos serem, via de regra, geograficamente situados da Grande Florianópolis para cima.
O caro leitor saber que enquanto no Sul precisamos de todo o tipo de obra e penamos com promessas renovadas ano após ano, no Norte tudo se aprova e parece não haver problemas de verbas, licenças ambientais e outras cantilenas burocráticas, com que tanto aqui se sofre.
O Sul do estado, mais uma vez, parece até agora passar longe das pretensões de grandes investimentos do Poder Executivo catarinense. Lendo o texto do amigo Lúcio Flávio de Oliveira, diretor de redação do Jornal Diário do Sul e do Portal Sul Agora, tive então a certeza: o Sul catarinense vai ter que se render de vez ao gauderismo.
Como seria muito difícil criarmos um novo estado da federação, a rendição total aqui no Sul de SC às tradições e costumes gaúchos parece cada vez mais ser a nossa única saída. Aí anexamos essa parte do território ao RS e bola pra frente.
Os gaúchos já estão em grande número nas praias de Laguna, Imbituba e Garopaba e já estão acostumados a essa parte do litoral. Além disso, muitas famílias daqui têm no Rio Grande do Sul as suas origens, o que é mais um ponto em comum. A cultura italiana fortemente presente no Sul de Santa Catarina também é um fator de conexão entre a nossa região e boa parte da Serra Gaúcha, por exemplo. Aliás, conectar as serras catarinense e gaúcha seria inclusive uma excelente ideia para o turismo.
Então, nos rendermos ao gauderismo e movermos a divisa do Rio Mampituba até Paulo Lopes e juntarmos o Sul catarinense ao estado do Rio Grande do Sul pode ser a solução para, quem sabe, termos algum governo que finalmente se identifique com nossa região e olhe com seriedade por nossas carências e pense no futuro daqui também. Precisamos de tanto ou mais atenção do que qualquer parte do Estado para que se realizem os investimentos que são necessários para que essa nossa parte do território se desenvolva.
E se a ideia pareceu puramente sarcástica, para quem não sabe consta até previsão no parágrafo terceiro do artigo 18 da Constituição Federal. Pode conferir.