18 DE OUTUBRO DE 2024
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MILTON ALVES

14/10/2024 06:00

O acordo do MDB

Uma fonte interna do partido nos passou detalhes de um acordo que teria sido costurado por Zé Luiz Tancredo com o então candidato Estêner Soratto Júnior para que o MDB fizesse parte da coligação com o PL, todavia, desistindo da vice na chapa majoritária, condição que tinha sido acordada por Jair Tartari nas tratativas iniciais. Ocorre que, com a entrada do PSD na coligação, o que se deu só a partir das convenções, os liberais tiveram que redesenhar os acordos, e como Tancredo já tinha assumido o comando das negociações pelo MDB, foi com ele que o martelo acabou sendo batido, e mediante certas exigências, é óbvio.

Secretarias indefinidas
Tancredo concordou que seu partido ficasse sem a vice, mas exigiu uma secretaria em troca, o que, segundo minha fonte, foi aceito por Soratinho, porém sem definir naquele momento qual seria a pasta. Também teria sido prometido a Tancredo, e isto o atual vereador chegou a comentar com alguns outros candidatos do partido, que além desta secretaria já prometida, o MDB teria direito a mais uma, ou duas, conforme o número de vereadores eleitos.

Os eleitos e a presidência da Câmara
Sobre o número de possíveis “eleitos” do MDB, aliás, existe uma intrigante “conversa de bastidores” que chama atenção. Tancredo teria insistido que era importante o partido eleger dois, ou três vereadores, pois isso o credenciava a entrar na luta pela presidência da Câmara. E que ele, inclusive, teria aceitado voltar à condição de candidato na vaga deixada por Reginaldo Osnildo porque foi convencido pelo próprio staff do candidato a prefeito.

Fazer frente a Joares
É que naquele momento havia uma forte preocupação com a candidatura do ex-prefeito Joares Ponticelli e com a possibilidade dele, se eleito fosse, articular para entrar com tudo e até mesmo assumir o comando do legislativo, o que para os governistas seria uma tremenda dor de cabeça. Segundo Tancredo, caso fosse um dos eleitos, Soratinho via nele, que tinha sido o principal opositor da gestão Joares/Caio, o nome certo para assumir o legislativo e fazer frente ao ex-prefeito.
 
A diferente realidade 
O X da questão é que não aconteceu nada do que era imaginado. Joares não conseguiu fazer sua campanha engrenar. Zé Tancredo não repetiu nem os votos que conquistou em 2020, ficando na terceira suplência, e o MDB acabou elegendo apenas um vereador. Só resta saber se este acordo de fato existiu e, caso sim, se será cumprido, com o MDB ganhando duas secretarias: uma por ter desistido da vaga de vice e outra pela eleição de um vereador. Aliás, na hipótese do MDB realmente ter direito a estas duas secretarias, é salutar questionar quem vai sentar à mesa das negociações pelo partido. Afinal, quem tem voto hoje, queiram ou não os caciques da sigla, é Itamar Vieira, o Maduro. Alguém que, com certeza, nunca foi chamado para sentar à mesa das negociações.
 

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