Final do ano. Época de trocar presentes, mensagens, confraternizar com amigos e família, desacelerar, refletir sobre o ano que passou e o que está por vir. Foi num desses momentos que, durante uma confraternização com amigas queridas, uma delas sugeriu que fizéssemos o “jogo das palavras”.
A brincadeira, apesar de simples em sua essência, acabou sendo profunda e cheia de significados. Cada uma de nós deveria escolher uma palavra para simbolizar 2024 — algo que queríamos deixar para trás ou que tivesse marcado o ano — e outra palavra, um desejo para 2025. Palavras do passado em uma caixinha, as do futuro em outra. Sorteávamos, líamos e comentávamos.
Quem tivesse escrito a palavra podia se manifestar, explicar sua escolha. O resultado? Uma noite repleta de risadas, reflexões e debates calorosos.
As palavras de 2024 trouxeram histórias e sentimentos variados: resiliência, flexibilidade, aprendizado, realização, medo da morte, exagero, saúde. A minha? Intensidade. Nada poderia descrever melhor este ano que, para mim, foi como uma montanha-russa emocional. Conquistei muito: assumi a presidência da Ajeb Nacional, lancei livros na Bienal Internacional do Livro de São Paulo, finalizei meu doutorado. Mas não foram só glórias. A vida, como sempre, trouxe seus desafios. Chorei na mesma intensidade com que sorri, com o coração pulsando forte nos altos e baixos de um ano marcante em todos os sentidos.
E para 2025? As escolhas refletiam um desejo coletivo por renovação e harmonia: viver, missão, agradecimento, saúde, cuidados, equilíbrio. A minha palavra foi calmaria. Depois de um ano intenso, penso que seja natural desejar um pouco de serenidade. Quero uma vivência menos turbulenta, sem grandes picos de euforia ou abismos de tristeza. Quero paz, um viver fluido como um rio que segue seu curso sem pressa.
Enquanto guardávamos as caixinhas e encerrávamos a brincadeira, fiquei pensando no poder das palavras. Ao final, para simbolizar o fechamento de um ciclo, fizemos uma fogueira com as palavras escolhidas para 2024. Elas não são apenas um reflexo do que vivemos, mas também um manifesto do que queremos. Em um mundo tão repleto de ruídos, escolher uma palavra é escolher um rumo. E você, já pensou quais palavras escolheria deixar para trás em 2024 e cultivar em 2025?
