Até quando nossas autoridades vão esperar para decidir o que farão para acabar com este famoso “funil da morte” em que se transformou o Morro dos Cavalos na BR 101? O incidente deste domingo, que culminou com ferimentos em cinco pessoas e mais de 20 veículos totalmente destruídos pelo fogo, provocado pelo vazamento de álcool etílico de um caminhão tanque que tombou, foi o grande – e deveria ser o determinante – aviso de que a qualquer momento vamos ter uma tragédia de dimensões imensuráveis.
Será que é preciso os mortos?
E para os que podem estar pensando que existe de minha parte um exagero, pois na verdade não morreu ninguém, eu lembro que isto só não aconteceu porque o fogo não foi imediato. Ele surgiu alguns minutos depois que houve o tombamento do caminhão, e grande parte do combustível vazado do tanque de transporte já havia se espalhado morro abaixo entre os veículos e a canaleta lateral de escoamento da rodovia.
Saíram antes do fogo
Motoristas e ocupantes de todos os veículos trancados pelo engarrafamento já estavam fora dos mesmos, alertados pelos primeiros que se aproximaram do caminhão tombado, e que constataram estar acontecendo o vazamento. Não fosse isso, estaríamos neste momento vivendo uma tragédia de proporções ainda maiores, contando também o número de mortos carbonizados. Homens, mulheres e crianças que teriam sido queimadas vivas dentro de seus carros.
Chegou a hora
A verdade é que a natureza tem nos alertado. Com tombamentos de veículos de cargas perigosas, o desbarrancamento dos morros no entorno e até mesmo o deslizamento das pistas, ela nos adverte sobre o que poderemos viver a qualquer momento. E o pior é que o governo federal está ciente do problema, e é preciso que faça alguma coisa, que o encare de frente. Não tem mais volta. Que o Ministério dos Transportes e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) agilize a discussão sobre quem será responsável pela construção do túnel. E que tudo se resolva antes que seja tarde.
