É natural que as vitórias do PL na região sejam vistas, ao primeiro olhar, como vitórias do bolsonarismo. Aqui na Amurel o recorte é ainda mais impressionante que no resto do Estado: quatro das cinco maiores cidades serão governadas pelo partido. Mas podemos mesmo concluir que o ex-presidente, hoje inelegível, saiu ganhando? Tomemos como base o caso de Tubarão. Estêner Soratto e Denis Matiola, eleitos prefeito e vice, não se valeram de teses terraplanistas para conquistar o desempenho histórico que foi registrado. Na disputa pela Câmara de Vereadores, nem mesmo os eleitos pelo PL são da turma que achava que a vacina transformava as pessoas em jacaré. O fato é que foi eleita uma direita moderada e com tons democráticos, sem o apoio a teses golpistas. Ainda que um ou outro de seus membros tenha se prestado a ir a um comício em um pátio de posto de gasolina em que o ex-presidente obrigou a plateia a chamá-lo de “gostosão”. Conflitos da democracia.
A extrema direita dentro do sistema
Embora a extrema direita tenha naufragado nas urnas de Tubarão, ela não sai derrotada. Está absolutamente integrada ao sistema e certamente estará representada na composição do governo que assume o comando da cidade em janeiro. Vamos aguardar os acontecimentos.
MDB e Jorginho
Aliados em Tubarão, MDB e PL podem se tornar ainda mais parceiros no plano estadual. O jornalista Marcelo Lula informou que o governador oferecerá o comando da secretaria de Agricultura para que o partido se alinhe definitivamente à sua gestão. O MDB tem seis deputados estaduais, a segunda maior bancada da Assembleia Legislativa – atrás apenas do PL, que tem 11.
A presença de Jerry
Vale lembrar que o partido já ocupa a secretaria de Infraestrutura, através do deputado estadual Jerry Comper. Portanto, se não se considera governo, também não chega a ser oposição.
