Há anos, muito se fala em consciência ecológica e em atitudes que podem colaborar para a preservação do meio ambiente. A prática, no entanto, caminha a passos lentos. E exemplos de pessoas preocupadas com o tema existem.
O uso de produtos ou materiais reutilizáveis tem se tornado uma constante no dia a dia de uma parcela da população. Fraldas de pano em vez das descartáveis, coletores menstruais no lugar de absorventes, canudos reutilizáveis, uso de aplicativos em vez de papel, entre outros exemplos, são opções para quem quer colocar a teoria em prática, principalmente na Semana Nacional do Meio Ambiente, que começou ontem.
A pedagoga Karine Boschet, de 30 anos, mudou os hábitos há cerca de seis meses. Entre os itens que começou a usar estão: fraldas de pano, sacolas retornáveis, canudo de inox e embalagens para compra de produtos a granel. Além disso, compra frutas e verduras, preferencialmente, sem embalagens plásticas. “Quando me tornei mãe, o gatilho para o consumo consciente despertou, devido ao mundo que quero deixar para as próximas gerações. Estamos descartando no nosso próprio planeta toneladas de lixo que geramos durante o dia”, conta.
Segundo ela, para não esquecer, deixa os itens no carro. “Deixo-os no carro, na bolsa, para não esquecer. Mudar hábitos de anos não é fácil. Ter consciência do consumo é um exercício diário, mas faz bem para a alma saber que estamos ajudando a conservar o meio em que vivemos”. Ela explica que ainda usa plástico, mas busca alternativas para gerar cada vez menos lixo. “Tenho consumido conscientemente. Sei que o pouco que tenho feito já faz bem para o meio ambiente”, ressalta.
Com o nascimento de um bebê, as mães geralmente fazem um estoque de fraldas descartáveis. Porém, há aquelas que optam por preservar o meio ambiente e usam as tradicionais fraldas de pano. A fotógrafa Thandra Leães Rodrigues da Cunha, de 34 anos, escolheu usar na filha, Bell, as fraldas de pano.
“Antes de ter minha filha, eu já tinha isso em mente por consciência ecológica, por saber que a fralda descartável é um dos piores lixos que existem, tanto por causa do plástico – que demora cerca de 500 anos para se decompor – quanto por causa do gel de absorção. Aí, fui me informar, e descobri que também era melhor para a saúde do bebê, por deixar a pele respirar melhor, e por não ter todos esses químicos em contato”, conta a mãe de Bell, que hoje tem dois anos.Segundo ela, além da vantagem para o meio ambiente, ainda há a questão econômica.
Tatiana Dornelles