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Vítima é enterrada no quintal da própria casa

Corpo estava queimado e com sinais de esquartejamento

06/07/2023 06:00

O corpo de uma mulher de 38 anos, que estava desaparecida desde setembro do ano passado, foi encontrado enterrado ontem, em Tubarão. O ex-marido dela, de 37 anos, foi preso temporariamente. O caso é tratado como feminicídio, informou a Polícia Civil.


De acordo com o delegado André Crisóstomo, responsável pela investigação, o corpo estava enterrado no quintal da residência onde o casal morava, no bairro São Martinho. Segundo a polícia, a vítima é Jaqueline da Rosa de Oliveira.


Jaqueline já havia registrado um boletim de ocorrência contra o suspeito por violência doméstica. “Em conversa com familiares, eles informaram que o casal tinha um relacionamento bastante complicado. Ela já tinha registrado queixa contra ele por agressão e ameaça. Na época, não conseguimos coletar o depoimento dela porque ela sumiu”, disse o delegado.


Em coletiva de imprensa na tarde de ontem, o delegado informou que o casal era usuário de drogas. Após ser preso, em depoimento, o suspeito negou o assassinato, mas confirmou que escondeu o cadáver. “Em um primeiro momento, ele negou envolvimento no desaparecimento. Depois, ele contou que ambos estavam usando drogas quando Jaqueline passou mal e morreu. Ele disse que ficou desesperado e acabou enterrando-a no quintal. Após buscas no local, foi possível encontrar o corpo de Jaqueline já esqueletizado e apresentando, ainda, sinais de esquartejamento e carbonização”, detalhou a polícia. O suspeito foi encaminhado ao Presídio Regional de Tubarão.


Conflito de versões e fuga de clínica

A família da vítima registrou o boletim de ocorrência do desaparecimento em fevereiro deste ano. Em um primeiro momento, a investigação foi feita pela Delegacia de Polícia de Tubarão. Com a desconfiança de que Jaqueline estava morta, o caso foi repassado em julho para a Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Tubarão.


“A família demorou para fazer o registro porque a vítima tinha o costume de desaparecer, mas não por muito tempo. Eles não conseguiam contato com ela e nem com o suspeito, e acharam que os dois tinham fugidos juntos. Jaqueline era usuária assídua das redes sociais e nunca mais usou depois de setembro. Só depois de descobrirem que o ex tinha se internado em uma clínica para dependentes químicos, o que gerou a desconfiança, que eles registraram o boletim de ocorrência”, explicou o delegado.


De acordo com a polícia, o homem ficou na clínica por três meses e fugiu. “Nessa época, ele falou para algumas pessoas que a Jaqueline tinha morrido, mostrando um conflito de versões. Assim que fugiu, passou a morar na rua e, depois, mudou para Laguna, onde morava com outra companheira e onde foi preso ontem”, detalha.


Agora, a polícia aguarda o laudo do exame cadavérico que poderá identificar a causa da morte. “Geralmente, o exame demora de dez a 15 dias, mas nesse caso pode levar mais tempo. Mesmo ele falando que não a matou, para nós, não há dúvidas de que foi feminicídio. A forma como ele escondeu o corpo não seria compatível com quem teria uma atitude em um momento de desespero”, pontou o delegado.

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