Uma facada na cabeça, outra no pescoço e uma marca de esganadura. Isso tudo por um motivo: pedir que o marido procurasse atendimento psicológico. As agressões descritas dizem respeito a um caso de tentativa de feminicídio ocorrido em Braço do Norte, em 2019. Nesta terça, o agressor foi condenado à pena de oito anos, três meses e 16 dias de prisão em regime inicialmente fechado, após ser denunciado pelo Ministério Público do Estado.
A tentativa de homicídio foi triplamente qualificada, ou seja, com três agravantes. O primeiro é o motivo fútil, já que o homem tentou matar a companheira por ciúmes, por ela afirmar que deixaria a casa da família caso o então companheiro não procurasse ajuda psicológica; o segundo, por dificultar a defesa da vítima, já que o réu atacou a mulher por trás com uma faca, atingindo-a no rosto e no pescoço de forma inesperada; e ainda, por razões da condição do sexo feminino, classificando o crime como tentativa de feminicídio.
No entanto, conforme incidente de insanidade mental instaurado, houve a constatação por perícia médica de que, na época dos fatos, o réu não possuía total capacidade de determinar-se, sendo concluída pela sua semi-imputabilidade. O réu, que ficou detido por 11 meses e estava solto desde março de 2020, teve o direito de recorrer em liberdade.
Conforme a denúncia do MPSC, no dia do crime, a mulher somente não foi morta porque a filha, o cunhado e um vizinho da vítima conseguiram conter o homem e impedir que o mesmo fugisse, sendo preso em flagrante.