Encontro em Brasília é apontado pela Polícia Federal
Uma reportagem publicada pelo G1 detalha que a Polícia Federal registrou a presença do tubaronense Lucas Esmeraldino, de um deputado federal eleito pelo Distrito Federal e um ex-diretor do Ministério da Saúde em encontros com um casal especializado em crimes de lavagem de capitais, Juliana e Pedro Salomão.
A descoberta, segundo o G1, foi feita durante a Operação Hefesto, deflagrada no último dia 2, que investiga suspeita de fraudes em licitação e lavagem de dinheiro em Alagoas por meio da compra de equipamentos de robótica com verba federal.
Durante o monitoramento realizado na investigação, em novembro de 2022, Pedro foi até um hotel de Brasília. No saguão do local, ele aguardou até que dois hóspedes se aproximassem e o encontrassem nos sofás do local. Segundo a Polícia Federal, eram Cristiano e Lucas Esmeraldino.
Na época do encontro, Lucas ocupava o cargo de secretário-executivo de Articulação Institucional do governo de Santa Catarina. O posto é exercido na capital federal, e ele foi exonerado na troca de governo, em janeiro deste ano. Cristiano é seu irmão mais velho.
Segundo a PF, "neste encontro é possível verificar que Cristiano abre sua mala e Lucas passa a fazer uma espécie de proteção corporal para ocultar algo que Cristiano manuseava. Após isto, Lucas sai do local com duas malas e uma mochila, embarcando-as no Ford Focus azul com placa oficial do Governo de Santa Catarina", detalha a reportagem do G1.
O relatório também aponta que Pedro Salomão teria se encontrado com Cristiano mais uma vez, no mesmo hotel, em 30 de novembro. Os investigadores não identificam se algo foi entregue por Pedro Salomão aos irmãos.
Por telefone, Lucas Esmeraldino negou à TV Globo conhecer Pedro Salomão e disse não se lembrar do encontro. "Devem estar me confundindo com outro Lucas, com outra pessoa", disse ele. "Eu não sei a vida particular de cada um, cada um tem que dar conta do seu CPF. Eu dou conta do meu CPF e cada um dá conta do seu", reforçou.
Lucas também divulgou nota oficial:
“Eu vivi praticamente dois anos no hotel Golden Tulip em Brasília, minha casa era o hotel.
Seja como então secretário de Articulação Nacional, ou como cidadão e político, sempre recebi e conversei com quem me procurava, tomava café, etc. Nunca mudei minha rotina, e não mudarei. E o mais importante, minhas conversas sempre foram as mais republicanas possíveis.
Ora, se conversar com pessoas posteriormente investigadas por supostos quaisquer delitos for motivo para suspeição, de fato, não só eu, mais a grande maioria dos políticos e empresários estão em constante suspeita. Não se tem como adivinhar quem é quem, o que fazem ou deixam de fazer.
Não conheço e não me recordo da pessoa mencionada na matéria jornalística, e pelo que constatei da reportagem, se trata de investigação relativa à aquisição de equipamentos de robótica pelo Estado de Alagoas.
Como secretário de Articulação Nacional nunca tratei, até porque não seria de minha competência, da compra de equipamentos ou serviços para a área da Educação e, pelo que tenho conhecimento, não há contratos da Secretaria de Estado da Educação neste sentido. Mas tais informações podem ser confirmadas diretamente com mencionada pasta”.