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Willy Zumblick: os 110 anos de um verdadeiro legado

26/09/2023 06:00
Agência Ponto de Luz/DS

Explicar em palavras a genialidade do artista plástico tubaronense Willy Zumblick é tão complicado como quantificar com precisão as milhares de obras produzidas por ele, em quase 75 anos de dedicação à arte. Considerado um dos mais ilustres catarinenses do século 20, Zumblick completaria 110 anos hoje.


O legado vai além da sua arte. Para a família, sua imagem é eternamente a de um pai e um marido amoroso, presente, sempre pronto para ajudar os filhos, Carlos, Túlio, Maria Elisa, Raimundo e Marcus, além dos netos e bisnetos. “A saudade dele só aumenta. Nosso pai faz muita falta, mas seu legado é eterno e vai além de suas obras. Ele deixou uma história de honestidade, lealdade, integridade, respeito e bondade”, diz a filha, Maria Elisa Zumblick Gelosa.  


Sobre o pai artista plástico, a filha diz que este era um momento só dele. “Ele tinha o ateliê, que era o mundo particular dele, seu espaço, onde ele sabia onde estava cada pedacinho de papel ou pincel. Pouco íamos ali, porque respeitávamos sua vontade, já que era um ambiente sagrado para ele, e qualquer coisa que mexêssemos poderia macular aquele lugar tão importante na vida dele. Era ali onde sua criatividade e inspiração afloravam e era lindo de ver”, lembra.


“Aos domingos, nossa família saía para fazer piquenique e meu pai saía à procura de paisagens ou pessoas que ele iria transportar para a tela. Quando não tirava foto, levava um cavalete, rabiscava a imagem com crayon e depois transportava para a tela”, conta Maria Elisa.


Artista autodidata e observador - as características de Zumblick

Willy Alfredo Zumblick nasceu em 26 de setembro de 1913, em Tubarão. Autodidata, desde a idade escolar se destacou como melhor aluno em desenho e pintura. Em 1937, casou-se com Célia Sá, de tradicional família da cidade, de quem sempre recebeu importante incentivo para que se dedicasse à pintura. O casal teve cinco filhos: Carlos Roberto, Túlio, Maria Elisa, Raimundo e Marcus Geraldo.


Em 1939, em Tubarão, realizou a primeira exposição individual. A partir daí, suas centenas de telas se espalharam pelo Estado, pelo Brasil e pelo mundo. Há registros de obras do pintor nos Estados Unidos, no Japão e na Espanha.


Durante os 75 anos em que se dedicou às artes, retratou em suas obras o folclore de Santa Catarina, o Contestado, a epopeia de Giuseppe e Anita Garibaldi, boi de mamão, dança do pau-de-fita, as rendeiras, entre outros temas.


Willy Zumblick também era um grande observador. Essa característica, aliada ao dom da pintura, permitiu-lhe registrar nas telas fatos históricos, como as enchentes que devastaram Tubarão em 1974. Fatos corriqueiros e importantes do cotidiano também eram observados. A pesca do camarão em Laguna, o trabalho dos mineiros em Criciúma e as festas do Divino foram eternizados nas telas.


Zumblick morreu em 3 de abril de 2008, em Tubarão, aos 94 anos. A casa onde morou durante quase toda sua vida ainda existe em Tubarão, no Centro, mas não pertence mais à família de Willy Zumblick. Ela foi vendida e ainda não se sabe o que será feito no local.

 

Exposição marca a data

Para marcar mais um aniversário do artista plástico, que nasceu em Tubarão há 110 anos, hoje acontece o “Dia de Willy Zumblick”.


A atração especial do evento será a exposição “Zumblick Iluminado”, mostra composta por 23 reproduções fotográficas retroiluminadas, no hall do Centro Municipal de Cultura – Museu Willy Zumblick.

Com temáticas variadas, as imagens, em alta resolução, foram impressas sobre corpo acrílico de 8 mm de espessura e a iluminação individual busca realçar os efeitos de luz e sombra característicos do artista, considerado uma das maiores personalidades catarinenses do século 20.

A mostra poderá ser apreciada hoje, das 8h às 22h, no museu, onde está também o acervo permanente do artista, que poderá ser visitado no mesmo período. Escolas podem agendar a visita pelo telefone 99608-1121.


Museu conta parte da história através de 72 telas e esculturas

Poucos dias antes de completar 87 anos, em setembro de 2000, foi inaugurado o Museu Willy Zumblick, que faz parte do Centro Municipal de Cultura, em Tubarão. Este é um espaço de exposição permanente de parte do acervo do artista tubaronense. Ao todo, estão expostas 72 telas, oito esculturas, 115 homenagens recebidas, entre troféus, medalhas, diplomas, certificados e placas, e alguns de seus primeiros instrumentos de trabalho.


Bandeira do Divino, folclore, história, paisagens, naturezas mortas, pinturas, esculturas, caricaturas, painéis, monumentos e carrancas. Estes são alguns dos temas e expressões artísticas as quais o artista plástico Willy Zumblick se dedicou durante grande parte de sua vida.


Em 2010, Volnei Bez, Valmiré dos Santos e Carlos Rocha lançaram o catálogo de obras do artista catarinense: “A Arte de Zumblick”. Depois de um trabalho de busca minucioso, chegaram ao número de 1.222 telas. No entanto, após a publicação do catálogo, receberam imagens de várias outras obras, espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. Há registro de telas de Zumblick em Chicago, nos Estados Unidos; em Tóquio, no Japão, e em países da Europa.

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