Sexta-feira, 12 de dezembro de 2025
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JOÃO MARCELO FRETTA ZAPPELINI

12/12/2025 06:00

Glauber fica!

O deputado Glauber Braga não teve o mandato cassado pelos seus pares na última quarta- feira. Ele foi alvo de um processo por quebra de decoro parlamentar após se envolver em uma briga com um integrante do MBL (Movimento Brasil Livre) nas dependências do Congresso Nacional. O deputado disse que foi provocado, inclusive com ofensas à sua mãe.
Glauber teve contra si um processo instaurado que buscava tirar não só o seu mandato, como também torná-lo inelegível por oito anos.
Até a manhã de quarta-feira, o próprio deputado sabia que o seu futuro não era o que ele desejava, contudo, após um destaque da deputada Talíria Petrone, do Psol, para aprovar uma emenda do líder do PT, Lindbergh Farias (RJ), que na prática alterava uma eventual cassação com inelegibilidade por oito anos para a suspensão do mandato por seis meses, deputados da esquerda e do centrão, diante da indefinição da quantidade de votos para um ou para o outro, entenderam que abrandar a pena seria a melhor solução.

Glauber fica! II
- Joma, mas e se alguém te ofendesse e afrontasse a honra da tua mãe, o que você faria?
- Eu provavelmente faria o mesmo. Retiraria o meliante abaixo de socos e pontapés. Mas eu não sou deputado.

Zambelli fica
Carla Zambelli também teve a condescendência dos seus colegas de parlamento e continua com o seu mandato preservado.
A parlamentar foi condenada duas vezes pelo Supremo Tribunal Federal, sendo que em uma delas a mais de 10 anos de prisão. Zambelli fugiu para a Itália e, com o trânsito em julgado já constituído dos seus processos, continua presa em Roma.
A deputada, mesmo presa e sem exercer o mandato, continuará recebendo quantias voluptuosas de dinheiro público, mesmo depois de ter invadido o sistema de justiça e ter perseguido um jornalista em plena Avenida Paulista com arma em punho.
Esse fim de ano em Brasília é o retrato de um país falido moralmente.

Sistema
Os mais pragmáticos, podemos chamar de adultos, já entenderam que o sistema não pode ser derrotado, mas pode ser moldado.
E isso só se consegue de dentro para fora. Se quer mudar os rumos do país, das instituições, faça parte do sistema e, por dentro, tente implementar – se for competente para isso – as mudanças que julgar serem as mais convenientes.
Quem ainda discursa contra tudo e contra todos, me desculpem, mas ainda não amadureceu o suficiente.

Sistema II
Vejam só os últimos acontecimentos. Sem anistia possível, um grande acordo era costurado. Na mesa, Michel Temer, Gilberto Kassab, STF, outros líderes do Centrão e o representante do bolsonarismo, Flávio Bolsonaro.
O momento é de engolir sapos. Direita, esquerda e a própria Suprema Corte, fragilizada por contratos escusos e viagens em jatinhos de propriedade do crime organizado, construíam um plano que agradasse a gregos e troianos, afinal, o tal telhado de vidro tomara proporções inimagináveis.

Sistema III
Abre-se mão da anistia por uma pena mais branda. Acalma-se os ânimos dos parlamentares para que abaixem o tom contra determinados ministros do STF e, em contrapartida, como em um passe de mágica, Flávio Dino se vê isolado no caso das emendas secretas.
Flávio Bolsonaro avança nas benesses ao seu pai e, em um futuro muito breve, passará o bastão ao candidato preferido do Centrão: Tarcísio de Freitas.
A esquerda ficará isolada e aquela tese de que Lula não será candidato - mesmo com todo o murmúrio, sua aprovação não passa dos 30% - ficará ainda mais evidente.
Aliás, o próprio Governo Federal mantém um tom silente nos últimos dias e, vejam só, a pauta pelo fim da escala 6x1 avançou no Congresso Nacional.
Está tudo enrolado em um gigantesco novelo de lã e tentar derrotar esse sistema em tom de confronto é coisa de jovem frequentador do DCE. Se quisermos mudar o país é preciso que alguém, de forma competente, consiga implementar novas realidades jogando o jogo como ele deve ser jogado.
 

Fim de ano na Alesc
Por compromissos profissionais, dei uma passada na Assembleia Legislativa no seu último dia de trabalho. Último dia pelo menos para os parlamentares.
Muitos projetos eram votados a toque de caixa. Benefícios salariais para a defensoria pública, outros para servidores do Estado, projetos parados há anos brotavam como prêmios aos seus relatores, que os empunhavam e faziam questão de agradecer aos líderes partidários que permitiram que entrassem em pauta sob a égide de um grande acordão.
Dos mais combatentes a determinados temas, emergia o deputado Jessé Lopes. Daquele jeito dele, sem muita profundidade ao contestar e sem contrapor com fundamentos quando era confrontado nos seus dizeres, mas, inegavelmente, era o único a realmente se impor a certas barbaridades.

Fim de ano na alesc II
Em determinado momento, a votação se dava sobre um projeto que permitiria aos profissionais da saúde pagar meia entrada em eventos culturais e esportivos.
Jessé pegou o microfone e confrontou os seus colegas:
- Vocês ouviram o que estão votando? Vocês realmente vão dar a médicos, dentistas e outros profissionais do setor a regalia de pagar apenas meia entrada nesses eventos?
Os deputados o olharam com certo espanto. Alguns, dispersos, o fitaram com ar de surpresa e indignação. Outros acenavam com a cabeça em tom positivo, concordando com o absurdo que estavam prestes a cometer.
A matéria foi prontamente rejeitada. Jessé, mesmo com as suas limitações, venceu e recebeu aplausos.

Economia
O 13º dos servidores municipais já está na conta, conforme foi anunciado pelo prefeito Estêner Soratto nas suas redes sociais. Já no Estado, a última parcela cairá no dia 19 de dezembro, seguido pela antecipação do pagamento da folha de dezembro programado para o dia 23.
Não há dúvidas de que teremos um fim de ano aquecido na economia catarinense.
 

Canto da beleza
O verão chegou e com ele as suas belezas. Juliana de Aguiar, a Juli, é a expressão perfeita do encanto que nos traz essa estação.
Apreciem o deslumbre que é essa querida amiga e curtam essa época dourada, porque o tempo está passando rápido... e como está.

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