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Sequelas eternas de uma paralisia infantil

16/09/2022 06:00

Quando tinha apenas dois anos de idade, uma fatalidade mudaria para sempre a vida de Guto Nuernberg, de Tubarão. Ele contraiu o vírus da poliomielite, e o pequeno, que recém tinha aprendido a andar e corria por todos os cantos, ficou um ano sem mobilidade, além de toda a infância e adolescência com uma infinidade de dificuldades, tanto motoras quanto psicológicas.


Hoje, aos 64 anos, o vice-presidente do Grupo Gam ainda tem limitações e lamenta a diminuição no número de crianças vacinadas contra a polio. Na última semana, ele gravou um vídeo alertando sobre o risco da doença, já que convive com as sequelas da paralisia infantil durante a vida inteira. No vídeo, disponível no site DS, Guto ressalta que a necessidade de levar a criança para vacinar é dos pais, e também destaca que a criança não pode ser prejudicada por uma irresponsabilidade deles. “Se você ama ao seu filho, você não deve imaginá-lo com as limitações que eu tenho”, enfatiza.

Guto conta que na década de 1960 a vacina ainda era quase inacessível, diferente dos dias de hoje. “Meu avô era do exército, e ele chegou a conseguir algumas doses, mas na época eu fiquei gripado, e essa era uma condição para a criança não poder ser vacinada. Minha mãe, então, cedeu a minha dose a outra criança, e ficamos esperando uma nova leva de vacinas que chegaria. Porém, nesse meio tempo, eu contraí o vírus, e minha vida mudou para sempre”, lamenta.


Segundo ele, é inaceitável e até revoltante ver tantos pais se recusarem a levar seus filhos para serem vacinados. “É cruel. Nada justifica o fato de colocar um filho em um risco de conviver para sempre com as muitas limitações que essa doença terrível causa. A poliomielite já estava erradicada, e agora está na iminência de voltar por conta dessas atitudes irresponsáveis”, se revolta. “Se o argumento forem os efeitos colaterais, eu afirmo, nenhum efeito colateral é pior do que as sequelas dessa doença. Quem duvida pode vir me fazer uma visita na empresa, para ver de perto”.


Vídeo com propósito

A ideia do vídeo surgiu após uma conversa entre o prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli, e Guto. Ele disse que quando ficou sabendo dos baixos índices de vacinação, ficou assustado e se ofereceu para fazer o alerta. “Não sei se vou atingir a todos, mas se minha mensagem sensibilizar os pais e pelo menos uma criança eu puder salvar, já terá valido a pena”, conclui.

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