Em Tubarão, Gabinete de Gestão Integrada decidiu convocar para amanhã uma reunião entre as forças de segurança e diretores de escolas
Criança leva arma branca para aula
Desde o ataque em uma creche em Blumenau, onde quatro crianças morreram, pais, alunos e professores estão continuamente com medo, até porque as ocorrências – menos graves mas não menos assustadoras -, não param de ocorrer diariamente em escolas de todo o país.
Na região, a situação também traz medo e insegurança e algumas cidades já registraram ocorrências. Na segunda-feira, um adolescente de 14 anos foi apreendido após ser flagrado com uma arma de brinquedo em frente a uma escola, em Orleans.
Ontem, em Pescaria Brava, uma arma branca foi encontrada na mochila de uma criança. O fato foi revelado em um vídeo divulgado pela secretária de Educação do município, Talita Santos Cornélio. A secretária recomenda no vídeo que os pais verifiquem as mochilas e os celulares dos seus filhos e informa que a arma branca foi encontrada em uma unidade escolar do município.
“Em uma das visitas que estamos fazendo nas escolas, nós encontramos uma arma branca dentro de uma mochila de uma criança, que, após ver um vídeo, disse que precisava se defender, que ouviu os pais falarem que estava perigoso nas escolas e aí ele achou que precisava de defesa”, conta.
Boato causa pânico
Na tarde de ontem, uma informação falsa de atentado em uma escola estadual de Laguna gerou pânico e preocupação. O boato circulou em grupos de WhatsApp e dizia que um ex-aluno, de 19 anos, havia ameaçado invadir a escola Ana Gondin, no bairro Magalhães. O fato foi denunciado e o rapaz, encaminhado à polícia, onde foi ouvido pelo delegado. Segundo informações do site Agora Laguna, ele alegou se tratar de uma brincadeira. O boato acabou levando muitos pais às portas de escolas de Laguna. Dezenas se aglomeraram em frente ao colégio para buscar seus filhos — alguns alunos saíram chorando do local e até mesmo sem entender o que estava acontecendo.
Colégio de Capivari sofre atos de vandalismo
Já em Capivari de Baixo, a diretora da Escola Municipal Stanislau Gaidzinski Filho, Patrícia Jeremias de Souza Prudencio, conta que ontem pela manhã, quando chegaram à escola, “percebemos que o chão do pátio aberto estava branco de pó químico e constatamos que um extintor havia sido estourado. Na sala dos professores foi colocada uma caixa de sapato com fezes, que foi passada pela fresta da grade da janela. A caixa estava no chão, tampada. Só percebemos o que havia dentro quando foi aberta”, relata.
A Polícia Militar foi acionada e esteve no local, onde foi lavrado um boletim de ocorrência. Como o único problema era a sujeira do pó químico no chão do pátio, “as meninas dos serviços gerais limparam e seguimos com as aulas normais. Não recebemos nenhum tipo de ameaça”, completa a diretora.
Câmara aprova lei de segurança nas escolas
A Câmara de Vereadores de Capivari de Baixo aprovou nessa segunda-feira um projeto de lei que autoriza o município a adotar medidas nas escolas da rede municipal de ensino, que proporcionem segurança aos alunos, professores e servidores no ambiente escolar.
Segundo o projeto de lei, as medidas de segurança serão realizadas por meio da vigilância humana presente nas escolas e consistem no controle à entrada e à saída de pessoas às dependências por meio de documento com foto, inclusive de funcionários terceirizados e prestadores de serviço. Além da proibição da entrada de veículos que não estejam previamente cadastrados ou sem a devida comunicação antecipada de visita à escola.
Também foi mencionado o fechamento dos portões de acesso ao estabelecimento de ensino, após o início das aulas, e o impedimento ao acesso de vendedores ambulantes e de pessoas não autorizadas na área escolar.
Professores estão em pânico nas escolas
Professores estão preocupados e inseguros frente aos ataques que ocorrem nas escolas do país. Na região, segundo os sindicatos que representam a classe, Sinte e Sintermut (estadual e municipal), os profissionais estão trabalhando desmotivados e com medo e eles pedem ações efetivas para mais segurança nas escolas.
De acordo com a coordenadora do Sinte, Maria Aparecida de Farias, hoje haverá uma assembleia estadual do sindicato, em Florianópolis, e além das reivindicações em pauta, entrará agora também a segurança nas escolas. “Vamos até a Alesc discutir ações com os parlamentares. Algo precisa ser feito de forma urgente”, pontua.
Já Laura Oppa, do Sintermut, diz que a insegurança já é constante, antes mesmo dos ataques atuais. “Os professores estão em pânico. Orientamos a todos que formulem um conjunto de ações necessárias e repassem ao sindicato para que possamos buscar ações efetivas. A situação está difícil mesmo”, completa.
O governo de Santa Catarina anunciou que os agentes de segurança armados da reserva vão atuar nas escolas do Estado. Agora, o projeto de lei está sendo elaborado para que a legislação seja alterada e a iniciativa comece a valer.
“Nos comprometemos a dar celeridade na análise e aprovação dessa lei. A sociedade precisa de uma resposta rápida de todos os poderes públicos”, disse o presidente da Alesc, deputado Mauro de Nadal.
A ideia é atender também as escolas municipais por meio de termos de cooperação com as prefeituras para que os agentes possam atender essas instituições.
Capivari está mobilizada junto à Polícia Militar
A prefeita de Capivari de Baixo, Márcia Cargnin, e o comandante da PM, 1º tenente Eduardo Bronchstein, e suas equipes reuniram-se ontem para tratar da segurança escolar.
O comandante relatou o trabalho e a estratégia da PM no município após o ocorrido em Blumenau, na semana passada. Ele informou que destacou uma equipe para visitar escolas no turno da manhã, para fazer o que ele denomina “consultoria de prevenção ao crime no ambiente escolar”, uma espécie de diagnóstico amplo das unidades escolares, tanto das questões físicas estruturais quanto dos recursos humanos e de vigilância. Esta equipe permanece na escola até a saída dos alunos no fim da manhã.
Ao final, será feito um relatório mostrando possíveis vulnerabilidades e necessidades das escolas, o que facilitará ao poder público municipal fazer as reformas e os ajustes necessários.
Além desta equipe, a PM mantém duas equipes formadas pelo expediente administrativo a fazer rondas no início das tardes, na entrada dos alunos, sempre em escolas diferentes e, ainda, duas rádio-patrulhas circulando pela cidade.
Márcia Cargnin anunciou que, independentemente do diagnóstico a ser apresentado, já providenciará um edital para a compra de câmeras de videomonitoramento e analisará outras medidas que possam ser tomadas imediatamente para ampliar a segurança, além das que já foram tomadas - como a intensificação das rondas da Guarda Municipal, o remanejamento de vigilantes dando prioridade ao turno diurno e maior fiscalização na entrada das unidades escolares.
Forças de segurança e escolas se reunirão
Representantes das forças de segurança de Tubarão e diretores de toda a rede escolar do município estarão reunidos amanhã, às 16h30, no teatro da Arena Multiuso Prefeito Estêner Soratto da Silva, para encaminhar ações imediatas para reforçar a segurança nesse setor. A iniciativa busca dar uma resposta à comunidade, que está preocupada com os recentes casos de violência nas escolas em Santa Catarina e em outros estados.
A reunião de trabalho foi encaminhada ontem por integrantes do Gabinete de Gestão Integrada (GGI). Participaram do encontro o prefeito em exercício, Gelson Bento, secretários de diversas pastas e representantes da Polícia Militar, Guarda Municipal, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Defesa Civil do Estado, Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e Conselho Tutelar.
A proposta das forças de segurança no encontro com os diretores das escolas é oferecer o máximo de orientações e instruções, inclusive as mais simples ou óbvias, para evitar o risco de situações indesejadas ou perigosas. “As precauções óbvias precisam ser ditas e repetidas, pois uma situação casual pode ocultar um risco para todos, e isso precisa ser evitado”, lembrou o diretor-presidente da Fundação Municipal de Educação, Maurício da Silva.
As forças de segurança (PM, Polícia Civil, Guarda Municipal e Corpo de Bombeiros) também terão uma reunião técnica hoje para ajustar, conforme as possibilidades de cada um, um cronograma emergencial para que o maior número possível de unidades escolares tenha um acompanhamento. A ideia é intensificar ainda mais a vigilância nas mais de 100 unidades, entre escolas municipais, estaduais e privadas.
A Guarda Municipal e a Polícia Militar têm dado prioridade às rondas nas escolas, inclusive com incursões no pátio interno das mesmas, principalmente nos horários de chegada e saída das aulas. A PM, inclusive, reforçou as passagens nos horários de intervalos nas escolas de ensino fundamental e médio.