O padre Raimundo Ghizoni será sepultado hoje na Catedral de Tubarão, com a Missa Exequial às 15h, seguida do sepultamento. O velório público acontece desde às 13h30 de ontem.
Hoje, a primeira missa será às 6h30, e outra será realizada às 9h. Às 15h, a Missa Exequial será presidida pelo bispo dom Adilson Pedro Busin, seguida do sepultamento na Cripta da Catedral.
Um cortejo fúnebre será realizado a partir das 14h, em carro aberto especial do Corpo de Bombeiros, e irá passar pelas principais ruas do Centro de Tubarão. Serão sete quilômetros e aproximadamente 30 minutos de cortejo.
O carro sairá pela porta lateral da Catedral Diocesana de Tubarão e passará pelas seguintes ruas XV de Novembro, Anita Garibaldi, Conselheiro Mafra, Vidal Ramos e Lauro Müller, avenidas Patrício Lima, Presidente Getúlio Vargas e José Acácio Moreira, e ainda passará pela ponte Manoel Alves dos Santos. Segue pelas ruas Sílvio Cargnin, Altamiro Guimarães, São José, Osvaldo Cruz, avenida Marcolino Martins Cabral, Coronel Colaço e chegada na rua XV de Novembro.
O padre Raimundo Ghizoni faleceu ontem aos 98 anos. Ele havia realizado uma cirurgia de desobstrução intestinal na última semana, e reagiu bem ao procedimento, mas não resistiu e acabou falecendo. Na última semana, o sacerdote havia apresentado sintomas de vômito e diarreia e foi levado às pressas para o hospital, por conta de uma obstrução intestinal.
Última participação e bênção foi há 15 dias
No dia 22 de outubro, na missa de domingo, das 9h, na Catedral, foi a última vez que o padre Raimundo fez uma participação e deu sua bênção. Ele foi chamado ao altar pelo padre Eduardo Rocha, pároco da Catedral.
“O padre Raimundo está aqui conosco. Venha aqui, padre, vamos abençoar o povo juntos. Ele estava há duas semanas sem vir à missa porque estava chovendo muito”, explicou. Junto do padre Eduardo, ele ergueu sua mão sobre os fiéis no altar e deu a sua bênção.
A celebração emocionou a todos os presentes e aos que acompanhavam a missa pelas redes sociais. “No alto de seus 98 anos, padre Raimundo Ghizoni, na missa das 9h, abençoando a assembleia e o Coro Pontifical da Catedral (comemorando nove anos), junto com o padre Eduardo Rocha”, republicou uma das fiéis e paroquianas, Rosita Willeman Porto.
Contribuição ativa na história de Tubarão
Natural de Braço do Norte e nascido em 13 de agosto de 1925, o padre Raimundo José Ghizoni foi ordenado presbítero ainda em 1949, na Catedral de Florianópolis. Sua carreira é extensa, iniciando em 1950, quando foi professor e orientador de disciplina no Seminário Preparativo em São Ludgero, cuja função desempenhou até 1952.
Ele foi vigário paroquial na Paróquia Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Araranguá, entre 1952 e 1954, e também atuou na mesma função na Paróquia de São José, em Criciúma, de 1954 a 1955. Somente em 1955 veio para a Cidade Azul, para desempenhar a função de secretário-geral da Diocese até 1963, e por 30 anos foi pároco da Catedral Diocesana.
Padre Raimundo foi decisivo para a construção da Casa Paroquial em 1963, e também da nova Catedral Diocesana, entre 1965 e 1971, e do Centro de Atividades, em 1987.
Foi diretor diocesano da Cáritas Brasileira, vigário comarcal de Tubarão e assessor espiritual do Movimento Familiar Cristão.
Em 1955, o padre Raimundo deu início à Fundação da Assistência e Cultura à Infância Tubaronense, a Aproet. Também no mesmo ano, teve participação ativa na Sociedade Rádio Tubá, desempenhando a função de diretor-geral por muitos anos e sendo o primeiro apresentador do famoso programa “Sinos da Catedral”, hoje apresentado pelo pároco da Catedral, padre Eduardo Rocha, e o seminarista Jean Marcos. Por anos, realizou a bênção da saúde, transmitida às quintas-feiras na rádio e TV Tubá.
“Embora acostumado a anunciar nota de falecimento, confesso que, no programa ‘Show do Rádio’ dessa segunda-feira, fui pego de surpresa ao ter que noticiar a morte do nosso diretor. Com voz embargada, desvencilhei-me da angústia e, com muito sentimento, pus ao conhecimento dos milhares de ouvintes e da população regional o passamento daquele que já escreveu seu nome e enaltece, a partir de hoje, nos escritos da história da Cidade Azul e da Diocese de Tubarão”, disse Antônio Bento, da Rádio Tubá.
Ele ainda foi titular da cadeira nº 22 na Academia Tubaronense de Letras (Acatul). Mais de sua trajetória e legado para a cidade estão no artigo do diretor de Redação do DS, Lúcio Flávio de Oliveira, publicado ao lado.