O vínculo criado entre o médico e a família foi além do profissional
O médico obstetra Murialdo Tezza, que realizou o parto de Pedro Henrique, compartilhou sua experiência nesta jornada desafiadora. “A gestação de Eduarda foi complexa desde o início. Ela me procurou no começo da gestação por ter realizado uma fertilização in vitro após muita dificuldade para engravidar. Desde o início enfrentamos ameaças de aborto e, com 16 ou 17 semanas, identificamos um colo uterino curto, fator de risco para trabalho de parto prematuro,” explicou Murialdo.
Apesar dos esforços para evitar o parto prematuro, com 24 semanas Eduarda entrou em trabalho de parto. “Internamos ela no Hospital Unimed e iniciamos o protocolo para inibição do trabalho de parto, mas com 24 semanas e três dias os bebês nasceram. Realizar uma cesárea nessa idade gestacional é realmente muito complicado,” relatou.
“Dos dois gêmeos, um não sobreviveu, em função da idade gestacional extrema, já que o limite da viabilidade é praticamente 24 semanas. Mas Pedro Henrique sobreviveu; foi o primeiro caso na UTI da Unimed em que um bebê sobreviveu nessas condições,” destacou o obstetra.
Padrinho
O vínculo criado entre o médico e a família foi além do profissional. “Eu fazia consultas em casa, semanalmente, pois ela precisava de repouso absoluto. Acabei criando um vínculo tão forte que me tornei padrinho do Pedro. Foi uma história muito emocionante, mexeu bastante comigo, e vejo um verdadeiro milagre aqui” concluiu.
Segundo Willian de Carvalho Esmeraldino, coordenador da UTI Neonatal, é mais um marco nas vidas dos envolvidos com a história. “Não tem preço para nós, que lidamos com vidas. Quanto mais vidas conseguimos salvar, mais gratificante é. Estamos orgulhosos deste resultado e gratos por podermos proporcionar uma nova chance de vida a este bebê e sua família”, finalizou.