Há um ano, exatamente no dia do seu aniversário, o colunista social Berto Koch se despediu de Tubarão, que teve nele o maior nome do colunismo social das últimas décadas. Hoje, ele faria 80 anos de idade. Neste mês, ele também completaria 39 anos como colunista, sendo 11 no Diário do Sul, onde estreou em 1º de abril de 2009.
Nascido em Imaruí, Berto Koch veio ainda criança com a família morar em Tubarão. Aos 16 anos, foi para Curitiba, onde terminou os estudos secundários e ingressou na faculdade de Ciências Econômicas e cursou também a Escola de Belas Artes Alfredo Andersen.
Ainda em Curitiba, Berto começou a trabalhar em bancos e financeiras, e foi em um destes trabalhos, junto à Capital Companhia de Créditos, Financiamento e Investimentos, que ele foi morar no Rio de Janeiro.
Com sua volta a Tubarão, em 1982, recebeu inúmeros convites de trabalho. Um deles foi do ex-prefeito Estêner Soratto, para que apresentasse um programa na então Rádio Tabajara. Chegaram a lhe oferecer até 12 empregos. Queriam que ele ficasse e organizasse as festas e fizesse uma coluna social, pois nesta época não havia ninguém que fizesse isso em Tubarão, e como tinha bons contatos, aceitou o convite.
O trabalho como colunista surgiu ao mesmo tempo em que fazia o programa de rádio “Berto Koch informa e comenta”. Primeiro, as colunas eram escritas no jornal Tribuna Sulina, a convite de Bartholomeu de Menezes; depois, no Jornal da Cidade (por 23 anos) e Notisul. No Diário do Sul, manteve uma coluna diária até dois meses antes de seu falecimento, quando ficou doente e precisou ir para o hospital.
Celebridades relembram trajetória
Berto Koch conquistou amigos não apenas em Tubarão, mas no Estado e no país, onde seu nome se tornou conhecido e respeitado como um dos maiores no colunismo. Era bem recebido em todos os lugares onde ia. Suas festas trouxeram a Tubarão e Laguna grandes nomes do mundo artístico e o consagraram em quase quatro décadas dedicadas a mostrar o que de mais bonito e elegante circulava na sociedade.
A convivência com artistas, como atores, cantores e políticos, também fez parte da vida de Berto Koch desde quando morou no Rio de Janeiro. O contato com as celebridades não se perdeu quando ele retornou a Tubarão. Ao contrário, em seus eventos sempre trazia algumas destas pessoas para abrilhantar as festas.
O deputado federal Celso Russomanno é uma destas celebridades que lembra de Berto até hoje com carinho. “É um prazer muito grande falar do amigo Berto Koch. Com ele, convivi muitos anos e tenho muitas recordações maravilhosas, pois ele tinha um grande coração. Fui a Laguna e Tubarão a convite de Berto, sempre engajado em mostrar sua competência, que tinha de sobra! Berto sempre foi amigo de todos, pessoa querida! Onde você estiver, receba meu abraço!”, disse.
O jornalista esportivo Mauro Naves também relembra a trajetória do colunista. “Eu e minha esposa, Patrícia, gostávamos muito do Berto Koch, nos sentíamos acarinhados por ele. Sempre muito atencioso e carinhoso, sempre lembrou de nós! Temos certeza que ele está em um lindo lugar olhando por nós. O legado Berto será inesquecível para todos!”.
Exposição de peças e objetos na Unisul TV homenageia colunista
A Fundação Municipal de Cultura de Tubarão, em parceira com a Unisul TV, abriu ontem a exposição “Arte, vida e obra de Berto Koch - in memoriam”. O evento é alusivo aos 80 anos do colunista e artista plástico e um ano de sua morte.
Na mostra estarão expostos obras artísticas, fotos documentais, prêmios e troféus recebidos por Berto ao longo de sua vida.
O presidente da Fundação Municipal da Cultura, Carlos Zamparetti, e o oficial de Gabinete André Koch, sobrinho do colunista, manifestam a satisfação de poder realizar esta homenagem, pois, segundo eles, é de extrema importância que a cidade valorize a obra de Berto Koch, uma personalidade ímpar na imprensa e na área artística local.
O diretor da Unisul TV, Ildo Silva da Silva, também reitera a importância do colunista para a região e diz que, por esta razão, optou por abrigar a mostra de Berto nas dependências da emissora.
A exposição, aberta ontem apenas com a presença de algumas autoridades municipais e a família de Berto, fica aberta ao público até o fim deste mês, precisando ser agendada visita através da Unisul TV.
Outra homenagem será do vereador Estêner Soratto Júnior, que deve dar o nome do colunista a uma rua em Sertão dos Corrêas, onde seu pai nasceu e começou seus negócios.
Talento também nas artes plásticas
Além de colunista social, Berto Koch tinha um outro talento especial: a pintura. O gosto pela arte surgiu ainda menino, aos nove anos, após assistir a um filme que retratava a vida do artista holandês Van Gogh. Passou a pintar com aquarelas, e uma professora do Grupo Escolar Mauá, Leonor Lima Brasil, viu o que ele pintava, gostou e o incentivou.
Desde então, Berto começou a pintar e não parou mais. Estima-se que tenha pintado mais de mil quadros, em sua grande maioria paisagens. Anos depois, já morando em Curitiba, Berto passou a estudar na Escola de Belas Artes Alfredo Andersen.
Em 1963, teve um quadro premiado pelo Salão Paranaense de Artes Plásticas da Biblioteca Pública do Estado do Paraná.
A primeira exposição de Berto ocorreu em 1994, na Casa da Cidade, em Tubarão. Quando a usina Jorge Lacerda 4 estava em construção, a região recebeu engenheiros e profissionais de vários países, e muitos deles compraram os quadros, que hoje estão na China, na Itália, na França e nos Estados Unidos, além da Argentina e do Paraguai.
