Exatamente no dia 23 de setembro de 2019, antes da pandemia, parei de fumar após 47 anos consumindo, em média, duas carteiras de cigarro por dia. Consegui isto com um incondicional apoio da minha querida Cleinha (para não dizer pressão) e com o excelente trabalho desenvolvido pela enfermeira Solange Castelini, a Sol, coordenadora do Programa Antitabagismo desenvolvido pela Prefeitura Municipal de Tubarão em parceria com o Governo Federal. Foram quase dois meses de terapia de grupo, acompanhada de desintoxicação e tratamento contra a ansiedade, algo comum em pacientes que se submetem a parar de fumar.
Ontem, tive o privilégio de comemorar os meus cinco anos de total afastamento do vício, atendendo a um honroso convite da Sol para palestrar a uma das turmas formadas recentemente, e cujos integrantes ficarão se reunindo semanalmente até o final de outubro. Contei um pouco da minha vida de fumante, mas, principalmente, da experiência terapêutica que serviu para minha redenção. Todos aqueles que lá estavam vão passar por enormes dificuldades quando definitivamente largarem o cigarro, todavia vão conseguir se afastar do vício, não tenho dúvidas disto.
Vale destacar que durante o período do tratamento ninguém é forçado a se afastar totalmente do cigarro, mas sim orientado a ir parando aos poucos. Por isso falei das dificuldades a partir do momento que definitivamente pararem de consumir. De resto esclareço que optei por fazer esta coluna em formato diferente, acompanhada de algumas fotos tiradas na tarde de ontem - uma delas ao lado da querida Sol, que é uma guerreira na coordenação deste programa que já afastou milhares de tubaronenses do vício - não para destacar minha “façanha”, mas sim para tentar convencer os fumantes interessados em largar o tabaco a entrarem nos grupos de terapia que são formados a cada dois meses.
Só assim poderão se aproximar da magnífica experiência de pararem de feder, de voltarem a comer sentindo o verdadeiro sabor da comida, de não serem mais olhados com desdém pelas ruas e praças, e – principalmente – serem reintegrados pelos parentes e amigos ao convívio social. Ou você nunca sentiu que quase ninguém os convida para visitá-los? E muito menos aceitam convites de festas na sua casa. Acorda, amigo.
