Em uma certa dimensão encontraram-se recentemente Thomas Edison, Graham Bell, George Stephenson, Alberto Santos Dumont e Sigmund Freud.
Edison tomou a palavra e comentou:
- Quem diria que o meu invento mais notável, a lâmpada, iria evoluir tanto: Ao invés de filamento, gases que se iluminam, refletores que tornam dia noites escuras nos estádios de futebol. Multiformes e multi-cromáticas, elas alegram a vida do ser humano de hoje.
Graham Belll foi o seguinte a falar:
- Estou abismado com o estado a que chegou a minha criação: aquela geringonça que concebi, ativada por uma manivela, cabe hoje no bolso das pessoas. Minúsculas baterias dão a energia e dezenas de endereços são contidos em pequenas “bolachinhas”. É incrível! E se pode falar com quem se quiser em qualquer parte do mundo.
Stephenson estava estupefato:
- Olha, eu também estou surpreso: a minha pequena locomotiva Rocket, que puxou o primeiro trem de carga da história, está hoje no museu. O que estou vendo por aí são trens chamados de bala, que andam a mais de trezentos quilômetros por hora e outros que se movem tal qual minhocas em túneis subterrâneos. Pode?
Então foi a vez de Santos Dumont:
- O meu 14-bis já era! Como poderia eu esperar ver hoje nos céus aviões sem hélices, ultrapassando a velocidade do som e até voando sem piloto? Isto é demais para a minha cabeça!
Por último, manifestou-se Sigmund Freud:
- Pois vejam, embora a mente humana continue a ser igualzinha a como era no nosso tempo, ela agora anda povoada por problemas com que se preocupar, incluindo aqueles criados pelos sucedâneos das criações de vocês: lâmpadas que queimam, extorsões via telefone, desastres aéreos e malas-bomba em trens. É o preço do que chamam de progresso. Por isso, sugiro que voltemos ao nosso tempo. Certamente a tranquilidade de então será bem mais saudável para nós...