Domingo, 14 de dezembro de 2025
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JOSÉ WARMUTH

28/11/2025 06:00

O que é isso, companheiro?

Dois peões de um município da Serra Catarinense foram até Brasília para conhecer a Capital Federal e para assistir à posse do presidente eleito, da república.

Após vinte horas de estrada, a bordo de um ônibus convencional, enfim a moderna capital.

Uma vez no hotel, cometeram algumas gafes, tais como não acertar o uso do cartão magnético para abrir a porta do quarto, girar o botão da torneira ao invés de apertá-lo e se atrapalharem com os controles de comando no encosto da cama para operar TV, condicionador de ar e luzes.  Mas logo aprenderam a usar aquelas modernidades.

Habituados a acordar bem cedo para as fainas do campo, logo se dirigiram à Praça dos Três Poderes.  Assim, puderam ficar postados em lugar privilegiado, bem à frente do povo, contidos apenas pelo cordão de isolamento. 

Estavam fascinados com tudo o que viam: O Rolls Roice  presidencial, os carrões das autoridades, os trajes exóticos de representantes de alguns países, representações de etnias, atletas e tribos indígenas. Uma verdadeira torre de babel horizontalizada.

As bandeiras do Brasil e de todos os estados, os canhões para a salva e os Dragões da Independência e suas belas montarias.

Foi quando os dois amigos encetaram o seguinte e estranho diálogo:

-“Eu gosto daquele ali. Veja que pernas musculosas e o charme que lhe acrescentam as tornozeleiras brancas.”

-“Eu prefiro aquele, o da longa cabeleira negra.”

- “Qual?”

 -“O de olhos castanhos, bem grandes.”

-“Mas o teu não tem franjinha e tem pouco cabelo no peito.”

-“Mas tem belos dentes.”

-“Olhe, estão andando. Veja só que passo elegante o do meu.”

-“E que dizes do garbo do meu escolhido?”

-“Pois bem: fiques com o teu quarto de milha que eu fico com o meu manga-larga.”                                        
 

Diário do Sul
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