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GLAUCO MORETTI

16/04/2025 06:00

Relação curiosa e obscura

Uma relação, no mínimo curiosa está sendo levantada entre o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, o instituto do qual ele é sócio-fundador, o IDP, e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Isso porque, recentemente, veio à tona a história de que o Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), fundado por Gilmar Mendes, assumiu a responsabilidade pelos cursos da CBF Academy Brasil, em agosto de 2023. 

R$ 10 milhões em jogo
O acordo é financeiramente vantajoso para o IDP, que fica com uma fatia de 84% da receita, estimada em R$ 9,2 milhões anuais. A negociação, inclusive, teve a intermediação de Francisco Schertel Mendes, filho do ministro e diretor do IDP. O problema é que, seis meses após a formalização dessa parceria, o então presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, foi afastado do cargo. No entanto, numa reviravolta que chamou a atenção, o próprio Gilmar Mendes agiu rapidamente para reconduzir Ednaldo à presidência da CBF.

Impedido
Diante desse cenário, a pergunta que surge é inevitável: será que sua excelência, o ministro Gilmar Mendes, não deveria ter se declarado impedido de analisar o caso de Ednaldo Rodrigues, considerando que o instituto do qual é sócio é patrocinado pela entidade máxima do futebol brasileiro?

Controvérsias escancaradas
As controvérsias não param por aí. No passado, o ministro foi alvo de críticas contundentes, como a declaração de Joaquim Barbosa de que ele estaria “acabando com a credibilidade do Judiciário”. Além disso, Mendes demonstra uma postura, digamos, crítica em relação à Operação Lava Jato, a ponto de ter afirmado que a operação foi uma “organização criminosa” e que ele se orgulha de ter participado do seu desmantelamento.

Encrenca
E como podemos garantir a transparência e a ética em áreas tão relevantes como a justiça e o esporte? Nos dois casos, uma questão em comum. Não há processo democrático envolvido, nem critérios que premiam o mérito. Os ministros do STF são indicados pelo presidente da República, quando deveriam ingressar por concurso público. E os presidentes da CBF usam da pior politicalha possível para entrar no cargo e lá permanecer. Estamos ou não encrencados?

Diário do Sul
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