Com a velocidade da informação, as mudanças no mundo globalizado podem ser vistas diariamente. Esse reflexo também é percebido na indústria da moda. Dentre os conceitos inovadores surge slow fashion. O conceito tem sido tema de pesquisa da professora do curso de Design de Moda da Unisul Suellen Cristina Vieira.
O conceito, que se opõe ao modelo tradicional de produção, que prioriza o excesso de produtos, visa valorizar a produção em menor escala, importando-se com o processo de criação de uma peça, a sustentabilidade, o comércio justo e a consciência social e cultural.
O modelo tradicional de produção possui várias consequências, e algumas delas são os excessos de mercadoria descartada, as denúncias de empresas que contratam mão de obra ilegal em condições de trabalho análogo à escravidão moderna, e a compra descartável em prol da novidade da próxima estação.
“Nessa perspectiva, o movimento slow fashion finca sua bandeira pela diversidade: priorizando o local em relação ao global; promovendo consciência socioambiental; contribuindo para a confiança entre produtores e consumidores; praticando preços reais, que incorporam custos sociais e ecológicos; e mantendo sua produção entre pequena e média escalas”, explica a professora.
Durante uma de suas pesquisas, a professora teve a oportunidade de visitar a empresa Casulo Feliz. O empreendimento de tecelagem de fios de seda possui um grande diferencial, uma vez que optou por usar como matéria-prima justamente os casulos defeituosos, rejeitados pela indústria têxtil. “O que era defeito se transformou em efeito, e essas pequenas imperfeições fazem de cada fio uma peça única e inimitável”, enaltece a professora.
Os fios de seda são elaborados por processos naturais, com mínima intervenção de maquinário.