05 DE DEZEMBRO DE 2024
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Um tiro que marcou para sempre mãe e filho

Após 4 anos de mega-assalto, Sandra fala como está o filho, Jeferson Esmeraldino

29/11/2024 06:00|Por Redação

“Fiquei presa naquele tiro”. É assim que Sandra Aparecida Nunes relembra o 30 de novembro de 2020. Naquele dia, o filho dela, o soldado tubaronense Jeferson Luiz Esmeraldino, foi baleado durante o mega-assalto ao Banco do Brasil registrado em Criciúma. 

As marcas da violência deixadas pelos bandidos foram muitas. A maior delas segue em casa, em estado vegetativo, sem poder interagir com a família e com os amigos. “Já são quatro anos daquele dia, mas o Esmeraldino não apresentou muita evolução no quadro. Meu filho segue acamado, se alimentando com sonda, enfrentando ainda muitas intercorrências. Há pouco tempo, por exemplo, teve uma pneumonia”, conta Sandra.

Esmeraldino, hoje com 36 anos, foi ferido na região do peito por um fuzil durante uma troca de tiros com criminosos envolvidos no assalto. A viatura onde o militar estava se deslocava para atender a ocorrência e encontrou um dos veículos dos ladrões no caminho. Durante a recuperação, ele fez cirurgias e passou mais de dois meses internado.

Em maio de 2021, Esmeraldino foi reformado por incapacidade física. Em agosto do mesmo ano, foi promovido por ato de bravura. Desde então, ele segue em casa, recebendo cuidados médicos durante todo o dia.

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“Seguimos com uma equipe profissional que o acompanha e montamos uma UTI em casa, com o apoio do Estado. Tive que deixar meu emprego para ajudar a cuidar dele e, com doações, conseguimos mudar para outra casa. Ela não é nova, mas é melhor do que a que estávamos antes. No último vendaval registrado em Tubarão, perdemos muitas telhas, o quarto dele está com infiltração. A luta é grande e diária. Além disso, o salário que ele recebe tem vindo com um desconto grande do Iprev, um valor que faz falta, já que os gastos com ele são grandes, que vão desde energia até produtos de higiene”, aponta Sandra. 

Ajuda  

Uma melhora que Esmeraldino conseguiu nos últimos anos, com a ajuda de uma fonoaudióloga, foi o fechamento da traqueostomia, uma abertura na traqueia para que o paciente possa respirar melhor. “Hoje ele respira pelo nariz. Foi a muito custo, mas ele conseguiu junto da ajuda profissional”. 

Sandra conta que, além de ajudar o filho, segue em tratamento contra a depressão. “As nossas vidas mudaram com aquele tiro. Mas eu estou consciente, e meu filho não. É muito difícil e desafiador”, explica. Quem quiser ajudar Sandra e Esmeraldino pode entrar em contato com a família pelo telefone (48) 99688-1103. O número também é o pix para doações. 

Como o DS divulgou na edição desta quarta-feira, treze homens e quatro mulheres envolvidos no mega-assalto foram condenados nesta semana a penas de nove a 50 anos de prisão. 

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