Uma jovem foi condenada em júri popular por matar o próprio filho recém-nascido e enterrar o corpo do bebê nos fundos de casa, em Braço do Norte. Em juízo, a ré confessou o crime e se referiu ao próprio filho como “aquilo”.
Ela foi sentenciada a dez anos e dez meses de prisão pelos crimes de homicídio doloso e ocultação de cadáver. O caso ocorreu em agosto de 2020, na casa da jovem. Logo após o parto natural, ela teria deixado o bebê no piso do banheiro por tempo suficiente para causar a perda brusca de temperatura corporal do recém-nascido, o que o levou à morte, detalha o Ministério Público de Santa Catarina.
A investigação apontou que, depois disso, ela teria colocado o corpo da criança em um saco plástico, escavado um pequeno buraco aos fundos da residência e enterrado o recém-nascido.
Ela aguardou o julgamento em liberdade, porém sob medidas cautelares, como proibição de ausentar-se da comarca por mais de oito dias sem autorização do juízo e obrigação de manter seu endereço atualizado nos autos.
O MPSC informou que as medidas foram mantidas na sentença e, assim, a acusada poderá recorrer em liberdade. Caso descumpra alguma das medidas, ela poderá ter a prisão preventiva decretada.
Ainda segundo o MPSC, foi comprovada nos autos processuais a repulsa da ré pela ideia de ter um filho. O pai da criança teria informado à jovem que ficaria com o bebê e que seus pais cuidariam dele, se ela não quisesse.
“Ficou entendido, ainda, que a ré não estava em situação de miserabilidade ou de abandono por familiares e pelo pai da criança em relação aos cuidados com o filho que viria a nascer. Foi destacado que ela exercia atividade laboral regular, com condições de persistir na gestação e cuidar do filho ou mesmo de encaminhá-lo à família paterna”, relata a denúncia do Ministério Público.
