19 DE MAIO DE 2024
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Tubaronense é ajuda em meio à tragédia

Marília Gomes D’Alascio mora em Porto Alegre e relata todo o terror vivenciado pelos moradores do Rio Grande do Sul

07/05/2024 06:00|Por Micheline Zim - redacao@diariodosul.com.br

“A pior sensação é a de impotência. Tudo parece o pior filme de terror já visto”. A afirmação é da tubaronense Marília Gomes D’Alascio, que mora em Porto Alegre (RS) e acompanha de perto a enchente, a pior tragédia que o Rio Grande do Sul já viveu.

Ela conta que o bairro onde mora é alto e não foi afetado diretamente, “mas já foi avisado que irá faltar água. Estamos só com o restante do que há na caixa do prédio”, diz. Porém, segundo Marília, é impossível passar incólume pela situação. 

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“É tudo terrível demais, não há como descrever. São muitos mortos, muitos e muitos desabrigados. Gente que perdeu absolutamente tudo. A mãe de uma amiga minha foi resgatada do telhado da casa, apenas com a roupa do corpo. Ela saiu aos prantos dizendo que viu muitos mortos boiando passando por ela”, conta.

“Realmente são cenas que nem o pior filme de terror conseguiria traduzir”, pontua.

Marília lembra que nos primeiros dias choveu muito e começou a encher o interior. “Achei que no máximo alagaria algumas ruas. Mas não foi o que aconteceu. A tragédia atingiu muita gente, direta e indiretamente. É tudo muito terrível, difícil de descrever”, lamenta. 

Dentro do olho do furacão

Marília Gomes D’Alascio diz que a sensação de estar no olho do furacão, em meio a toda a tragédia, tem dois lados. O primeiro, segundo ela, é terrível, angustiante. “Estou falando contigo e, neste exato momento, estou passando por uma fila com mais de 100 pessoas segurando vasilhames para pegar água em um posto de abastecimento”, conta. “Ao mesmo tempo é reconfortante estar aqui e poder ajudar”, completa. 

Força para ajudar a quem precisa

A tubaronense Marília Gomes D’Alascio disse que desde que tudo começou a sensação de impotência foi substituída por necessidade de fazer alguma coisa. “Então fui em busca de arrecadar dinheiro, através de pix, para fazer compras no mercado e levar aos abrigos. É tudo muito terrível, mas alivia um pouco o coração poder ajudar quem precisa”, diz.

Segundo Marília, os tubaronenses têm feito muitas doações em dinheiro para que ela possa fazer as compras. “Eu tenho sido a ponte entre Porto Alegre e Tubarão, minha cidade natal e onde vive minha família. Muita gente tem ajudado e isso me dá força para seguir fazendo”, ressalta.

Quem quiser ajudar, pode fazer doações via pix para a chave 05511123951. “As necessidades vão mudando, mas elas existem”.

Desabastecimento

De acordo com ela, ainda há muito a ser feito. Mercados e farmácias já começam a ter desabastecimento. Também começam a ser necessárias outras coisas, como produtos de limpeza.

“Não há mais água mineral sem gás, fraldas e lenço umedecido. Também já faltam frutas e verduras, além de itens de consumo básico nos supermercados. Nas farmácias ontem comprei um estoque todo de lenços umedecidos para levar aos abrigos. O pior é que a previsão indica que as águas devem demorar pelo menos 10 dias para começar a baixar. Então, as pessoas continuarão nos abrigos, continuarão precisando de tudo”, revela. 

 

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