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Influencer destaca representatividade com arte

13/05/2021 06:00

Com mais de 24 mil seguidores nas redes sociais, Priscila Lima Carara é conhecida na internet como Priscila Limcar. Aos 26 anos, a jovem de Tubarão é produtora de moda, stylist, fotógrafa e influenciadora digital. E foi através de suas fotos, inicialmente feitas por ela mesma, que viu uma maneira de influenciar gerações mais jovens a se amar por sua cor. “No início, nunca passou pela minha cabeça que eu poderia ser uma influenciadora”, fala.


Porém, com o passar do tempo, Priscila foi ganhando visibilidade e também questionamentos que a motivaram a mostrar ainda mais sobre sua cor. “A minha vida toda fui rodeada por brancos. Sou adotada por pessoas brancas e minha família toda é descendente de italianos. Eu não tinha ninguém que pudesse ser referência para mim no que diz respeito ao cabelo, maquiagem, roupa e o poder preto”, destaca a influencer.


Priscila lembra que não via, por exemplo, em novelas ou desenhos animados, a protagonista ou a princesa sendo pretas. “Para se ter uma ideia, bonecas pretas eram caríssimas por quase não existir no mercado. Então, comecei a querer ver mais pessoas como eu nos lugares onde não via. Comecei a me fotografar de vários ângulos, em espaços diversos. Sinto que hoje represento principalmente as meninas que querem se ver mais como eu desejava. Eu as vejo se inspirando em meus cabelos, maquiagens, roupas e fico muito feliz”, destaca a influencer.


Para a jovem, o que mais a motiva é passar a mensagem de que as meninas pretas se amem, se aceitem e entendam que elas têm a mesma capacidade que as outras meninas. “Que os traços delas e cabelos são maravilhosos. Que as pessoas só vão amá-las e respeitá-las se, primeiro, elas fizerem isso com elas mesmas”, complementa.

 

Preconceito ainda é uma realidade

Segundo Priscila, mesmo diante de tantas informações, ela ainda sofre com o preconceito por sua cor. “O fato de eu ser uma pessoa preta já me fez passar por bastante preconceito. Todos os dias somos olhados com reprovação, muitas vezes, com nojo. E se usamos a internet para falar sobre isso, dizem que é “mimimi”. Nas redes sociais já sofri racismo pelas minhas fotos, maquiagem. Trabalhar com a internet é muito difícil. Já fui cancelada por falar minha opinião. Mas sigo firme e forte, mostrando meu trabalho”, destaca.


E para que, assim como ela, outras gerações sigam avançando contra o preconceito, Priscila faz um apelo. “Para os pais e professores: observem as crianças de vocês. Na escola e adolescência é a época que mais sofremos e não temos voz para nos defender. Principalmente em relação ao cabelo e traços. Sobre a cor da pele não preciso nem dizer, né? Acredito que são esses os momentos mais importantes para definir como seu filho vai se comportar e crescer com resistência em meio a tanto preconceito”, complementa.

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Daiane Fernandes

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