Domingo, 14 de dezembro de 2025
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Gravatalense se forma em Medicina após tumor

Cinthia Lunardi colou grau neste fim de ano e celebra sonho conquistado

18/12/2024 06:00|Atualizada em 18/12/2024 09:12|Por Daiane Fernandes / [email protected]

“Nunca pensei em desistir. Sabia que tudo era obra de Deus e que me colocou no lugar certo e na hora certa”. Aos 42 anos, a gravatalense Cinthia Lunardi acaba de  realizar seu sonho: se formar em medicina. 

Porém, o caminho trilhado para chegar até esse ponto não foi fácil. Além de muita determinação para cursar uma segunda graduação - pois já concluíra antes o curso de Farmácia - Cinthia enfrentou um dos seus maiores desafios. Durante o curso de Medicina, a gravatalense foi surpreendida com um diagnóstico de tumor na cabeça.

Após o diagnóstico, Cinthia não parou com o curso. “Os maiores desafios foram a tontura e a perda de audição. Muitas vezes não conseguia entender o que os professores falavam”, relembra. 

Após exames, veio o diagnóstico de schwannoma do acústico, um tipo de tumor benigno.

Mesmo sendo benigno, o tumor precisava ser retirado, porque poderia pressionar o centro respiratório. Dois anos depois da descoberta, ela realizou a cirurgia ainda neste ano, em meio à conclusão dos semestres finais de Medicina. 

Ainda em recuperação, a profissional partiu em missão humanitária durante as chuvas de maio no Rio Grande do Sul.

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“Tive muitos anjos na minha caminhada. E alguns me marcaram muito. Colegas como o Eugênio, o André e a Hortência. E os professores dr. Artur Furlaneto, dr. Marcos Ghizoni (in memorian), dr. Iuri Siqueira, dr. Francisco, dr. Martins, dr. Lars, dr. Jean, entre outros. Além da minha família”, conta.

Cinthia completa que sua experiência pessoal, com problemas de saúde, acabaram influenciando sua forma de enxergar a Medicina. “Pude ver o outro lado, como paciente. E isso me fez sentir o que os pacientes sentem, a importância do lado humano na Medicina. Pois cada paciente é único, e por mais que o médico tenha visto doenças piores, para o paciente a sua doença é a pior”, afirma.

Para não desistir, Cinthia se apegou a sua família. “Meus filhos sempre foram e sempre serão meu combustível! Eu não podia mostrar medo e nem desistir, pois além deles tinha meus pais e meu marido. Se eu demostrasse qualquer sinal de que tinha medo de não dar certo, eles sofreriam mais que eu”, reflete.

“Além disso, sei que Deus tem um propósito em minha vida e eu vou cumpri-lo, afinal, Ele não escolhe os melhores soldados, mas capacita os escolhidos. E se me colocou na hora certa, no meio do melhores neurologistas, não foi em vão”, fala emocionada.

“Aprendi que devemos ser resilientes”

Agora, após a formatura, Cinthia diz que sua jornada e as lições que aprendeu com essa superação foram valiosas. “Aprendi que devemos ser resilientes. A esperar o tempo certo. E, quando tive a oportunidade de ir para a missão no Rio Grande do Sul e para a missão na Amazônia, pude ter certeza de que existem ‘dores’ maiores que as nossas. E sempre que alguém precisar, eu vou colocar a minha dor ‘no bolso’ para amenizar a do próximo”, completa.

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