Esquema envolvendo benefícios irregulares movimentou quase R$ 3 milhões
A Polícia Federal deflagrou a Operação Recupera com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes contra o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
A ação conta com o apoio do Ministério Público Federal e da Caixa Econômica Federal.
Durante a operação, os agentes cumpriram seis mandados de busca e apreensão, além de medidas de bloqueio e indisponibilidade de bens e ativos avaliados em aproximadamente R$ 3 milhões.
Início em 2018
As ordens judiciais, expedidas pela Justiça Federal, são cumpridas nas cidades de Tubarão e Florianópolis, em Santa Catarina, e no Rio de Janeiro, com destaque para Tubarão, local de atuação de alguns suspeitos.
A investigação revelou que as fraudes começaram em 2018, envolvendo a concessão indevida de benefícios assistenciais e previdenciários por meio da inserção de dados falsos nos sistemas informatizados da Caixa Econômica Federal.
Os crimes eram praticados por funcionários e ex-funcionários do banco, que utilizavam seus acessos para viabilizar os pagamentos irregulares.
De acordo com apuração da PF, quatro ex-servidores da instituição realizaram comprovações de vida fraudulentas de pessoas fictícias ou já falecidas, emitiram segundas vias de cartões de beneficiários inexistentes e autorizaram pagamentos irregulares.
Também foram utilizados documentos adulterados para habilitar benefícios, com ações coordenadas na inserção de dados falsos no sistema.
Em resposta, a Caixa Econômica Federal instaurou procedimento disciplinar que resultou na demissão dos envolvidos e na identificação de condutas ilícitas já recorrentes, relacionadas à concessão indevida de benefícios.
Mesmo após a demissão, em 2022, os suspeitos continuaram o esquema, delegando a terceiros o saque de ao menos 17 benefícios fraudulentos ainda ativos.