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Fisiculturista de Tubarão mostra superação

09/07/2021 06:00

Professora aposentada, prestes a completar 50 anos, Laura Boppré Justino se prepara para mais um desafio em sua vida. Em setembro, ela participa de um campeonato de fisiculturismo, em Balneário Camboriú. Mas quem vê Laura treinando e com o corpo definido por músculos, não imagina as lutas que a tubaronense teve que travar para chegar onde está.


Há 20 anos, Laura ficou cega do olho esquerdo. “Adaptei-me a viver com a visão monocular. Até que em 2016 comecei a perceber algo errado com a visão do olho direito. Procurei o oftalmologista, afastei-me das atividades físicas. Até que recebi o diagnóstico que tinha uma doença degenerativa e progressiva que leva à cegueira. Fiquei em choque”, relembra a atleta.


De uma pessoa ativa, que gostava de musculação, Laura chegou a pensar que a vida não teria mais sentido. “Até porque um dos médicos disse que se eu saísse na rua, teria que ser segurando no braço de alguém. Perguntei se podia continuar na academia e ele, talvez por excesso de cuidado, disse que não. Fiquei triste e aquelas palavras não saíam da minha mente. Que queria continuar vivendo”, conta Laura.


Porém, a reviravolta veio através de uma amiga. “Ela soube da minha situação. Certo dia, o pessoal da academia me ligou dizendo que tinha uma mensalidade paga em meu nome. Que alguém havia me presenteado. Foi essa amiga. Fiquei feliz, mas sem coragem de voltar”, diz.


Retorno aos treinos contou com ajuda e força de vontade

Por consideração à amiga, Laura se encheu de coragem e resolveu se desafiar voltando aos treinos. “Comecei a perceber que estava ganhando mais autonomia e segurança. Comecei a me superar, sempre com a ajudar de um treinador para me guiar. Apaixonei-me pelas mudanças e procurei apoio médico para melhorar minha performance”, completa Laura.


A tubaronense conta que nunca pensou em competir. “Até que fui, comecei a seguir o grande campeão brasileiro de fisiculturismo Fernando Sardinha. E começamos a trocar mensagens. Ele sempre me motivando e incentivando. Então, ele me convenceu a participar do campeonato Sardinha Classic, dia 25 de setembro. Aceitei o desafio e conto com um grupo que me ajuda. Estou disposta a dar meu melhor e apresentar minha melhor versão”, diz Laura, que treina 1h por dia.

 

Exemplo para as pessoas

Para Laura, o que ela está vivenciando é uma superação. “Porque a pessoa com deficiência é geralmente discriminada. Sinto isso na pele. Mas aprendi a não dar importância, pois sei quem sou e sei da minha limitação, mas também sei da minha capacidade. O esporte me impediu de entrar numa depressão e desistir. Ele me iguala a todo mundo. Espero que os desafios que eu enfrento diariamente mostrem às pessoas que todo mundo é capaz. As suas limitações, a genética ou a idade não são fatores limitantes. O limite está na nossa mente”, afirma Laura.

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