Mesmo recuperada da covid-19, Janice Daniel Dal Toé, 59 anos, sentia as sequelas da doença: forte falta de ar, cansaço e dor de cabeça. Em novembro do ano passado, ela começou a participar de um programa de reabilitação realizado por meio de exercícios físicos. “Quando iniciaram as atividades, queria até desistir porque não tinha força”’, conta. “Mas a cada dia que fazia os exercícios, ia melhorando. Graças a essa reabilitação posso dizer que estou curada, não tenho sequelas”.
Janice e o marido, Idoclécio Biff Dal Toé, 62 anos, moradores de Morro Grande, tiveram covid-19 em agosto e, em novembro, ainda sentiam as sequelas da doença. Então, se inscreveram para participar de um programa de reabilitação, o “RE2SCUE: REabilitação REspiratória em Sobreviventes da covid-19”.
Antes de participar do programa, Janice sentia-se cansada apenas em subir alguns degraus da escada ou mesmo fazer uma curta caminhada. A cada dia que participava via progresso. “Sempre fui uma pessoa muito sedentária e percebi o quanto é necessário movimentar o corpo e exercitar para voltar a ter força. E foi o que aconteceu. Minha dor de cabeça passou, a pressão normalizou e o cansaço não tem mais nada. A força voltou todinha”.
O estudo, que completou a fase piloto com a reabilitação de dez pacientes, é liderado pelo pesquisador Aderbal Silva Aguiar Júnior, professor do Departamento de Ciências da Saúde do Centro Araranguá da UFS). “Observamos uma melhora de 90% nos sintomas de fadiga, dispneia, nas dores e na ansiedade dos pacientes, principais sequelas da doença. Também aumentou a capacidade funcional deles, importante para o dia a dia e retorno ao trabalho”, explica Aguiar Júnior.
Participam da pesquisa também a Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc) e Universidade do Sul Catarinense (Unisul).