07 DE SETEMBRO DE 2024
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Dia para reflexões sobre as lutas das mulheres negras

Pautas são muitas. Conquistas, algumas. Busca por igualdade racial, sempre

25/07/2024 06:00|Por Redação

“Nós, mulheres negras, estamos na base da pirâmide social. Lideramos os rankings de feminicídio e de mães solos. A remuneração das mulheres negras é menos de 50% comparada à remuneração do homem branco. Mulheres negras são invisibilizadas e são minorias nos espaços de poder”. 

 

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Estas são algumas considerações feitas por Christiane Martins Matias, coordenadora da Pastoral Afro-brasileira Maria Cândida e membra do Setorial de Cultura Afro-brasileira de Tubarão sobre as reflexões que devem ser feitas hoje, no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana. “Hoje não é dia de comemoração, mas de reflexão”, afirma.

Até mesmo quando se fala, com orgulho, da miscigenação racial existente no Brasil, Christiane diz que poucos se atêm ao fato de que esta miscigenação só ocorreu porque, lá atrás, primeiro com as índias e depois com as negras escravas, houve dor, houve estupros, houve abusos. 

Christiane diz que a legislação que diz que todos são iguais fortalece o discurso que nega o racismo estrutural e tenta desfazer das pautas em questão. “Mas seguimos, reverenciando todos que nos antecederam e nos unindo a todos aqueles que desejam contribuir nas mudanças para novas conquistas”, ressalta.

Entre tantas lutas e perdas, algumas vitórias e conquistas são apontadas. Christiane diz que hoje a luta pela igualdade racial está sendo discutida não mais apenas entre os negros, mas um grande grupo começa a ser formado e tem ouvido as vozes destas mulheres e se juntado a elas nesta busca por direitos.

Representatividade   

Em Santa Catarina, entre a deputada Antonieta de Barros e a deputada Vanessa da Rosa, se passaram 89 anos sem mulheres negras em um cargo de poder na Alesc. Em Tubarão, América Santiago Roque foi a única vereadora negra da cidade. “E estes são apenas alguns exemplos. No nosso dia a dia eles são muitos. Mesmo comigo, na faculdade era apenas eu de negra. Ocupo hoje um cargo de gestão escolar, mas quantas mais são gestoras? Consegui vencer, a duras penas, mas ainda há muitas lutas a serem vencidas”, conclui Christiane. 

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