No ano passado foi registrado o maior número de casos dos últimos 10 anos. Vacinação é a melhor forma de prevenção
Santa Catarina registrou, em 2024, o maior número de casos de coqueluche nos últimos 10 anos. Foram 263 confirmações, a maioria em bebês menores de um ano, e três óbitos em recém-nascidos, entre um e dois meses de idade. Para conter a doença, o governo do Estado, por meio da Secretaria da Saúde (SES), reforça a importância da vacinação de gestantes e crianças, como forma de prevenção.
De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Fábio Gaudenzi, a Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica várias causas para o aumento dos casos de coqueluche nos últimos anos.
“A cobertura vacinal abaixo da meta, especialmente em crianças; a falta de vacinação ou o esquema incompleto nas populações; a diminuição da imunidade ao longo do tempo, o que pode levar a um aumento dos casos em adolescentes e adultos; o diagnóstico tardio e subnotificação em adultos, onde os sintomas podem ser confundidos com outras doenças respiratórias”, explica. “Todas essas situações contribuem para a disseminação da doença. Esses fatores combinados explicam o aumento dos casos de coqueluche nos últimos anos, tornando a vacinação contínua e a monitoração de surtos uma medida essencial para o controle da doença”, completa Fábio.
A doença acomete principalmente crianças e lactentes até os seis meses de idade, e a vacinação é a principal forma de controle. Durante o pré-natal, a vacina tríplice bacteriana (dTpa) oferece proteção contra difteria, tétano e coqueluche, doenças potencialmente perigosas. Desta forma, a mãe é imunizada e também consegue transmitir anticorpos para o bebê até que ele complete o esquema vacinal com a pentavalente. A vacina dTpa atingiu cobertura de 88,37% no ano de 2024.
Vacinas
Após o nascimento, é recomendado que o bebê receba três doses da vacina pentavalente: aos dois, aos quatro e aos seis meses de idade. Ela imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B. A cobertura vacinal em 2024 foi de 90,25%.
Ainda, a vacina tríplice bacteriana vem para reforçar a proteção da criança, aplicada aos 15 meses e nos quatro anos de idade. Todos os imunizantes fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação do SUS e estão disponíveis nos postos de saúde.