No Dia do Professor, celebrado hoje, educadores contam suas histórias de vida e falam do amor à missão de educar
Quando criança, uma das brincadeiras preferidas de Dorly Spindola Laureth era brincar de ser professora. Enquanto o quadro era a parede do paiol, o giz era o carvão e os galhos de árvores, a sala, ela fazia dois papéis: de professora e aluna.
Hoje, aos 56 anos, o que era brincadeira de infância virou profissão e Dorly carrega com orgulho a trajetória na educação. “Comecei minha carreira em 1988, na Escola de Educação Básica David Fileti, em São Roque, Gravatal. Na época, pertencia ao Estado e hoje é municipal. Desde que comecei a frequentar a escola, que conheci a primeira professora, já me via lecionando”, relata ela, que hoje é diretora na Escola de Ensino Fundamental Professora Naíde Guedert Teixeira, de Gravatal.
Ela conta que uma das dificuldades da época era a falta de meios de transporte para chegar à escola. “Não havia transporte. Tinha que ir a pé, de carona ou bicicleta. Algo que não esqueço é de quando trabalhei na Escola Antônio Diomário da Rosa, em Santa Terezinha, e no Colégio Monsenhor Francisco, de Armazém. Eu e minha amiga Marta Marcon íamos para o trevo de Gravatal pegar carona”, relata.
No entanto, quando a carona não chegava, Dorly tirava o jaleco da bolsa, vestia e conseguia fazer com que alguém parasse. “Quando colocava o jaleco, as pessoas sabiam que eu era professora e me davam carona. Nunca ficamos sem chegar ao local de trabalho. Hoje é mais fácil ser professor. Há transporte e os docentes às vezes conseguem trabalhar perto de casa”, explica.
Segundo Dorly, antigamente, ser professor era mais difícil, pois não havia a tecnologia dos dias atuais. “Antes, eu precisava preparar as aulas, fazer as atividades e provas nas matrizes que tínhamos que passar no mimeógrafo. Se colocasse muito álcool, tinha que refazer. Mas era gratificante ver os objetivos alcançados”, enaltece.
Tecnologia
Esse avanço da tecnologia, para Dorly, ajuda bastante os docentes. “Em tempo real, é possível fazer pesquisa para planejamentos, atividades, verificação de aprendizagem. A internet auxilia no preparo das aulas”, observa.
“O professor apaixonado pelo que faz não tem dia ou hora para buscar metodologias onde o aluno sinta prazer em vir e permanecer na escola. E o maior presente é saber que essa profissão é a responsável por todas as outras e faz história na vida das pessoas”, comemora.
A primeira professora
“Quem não lembra da primeira professora? A minha foi dona Derli, que mora em Bom Jesus, em Armazém. Na escola em que sou diretora, tem um aluno meu, que hoje é professor no pré I, que guarda até hoje um cartão do Dia das Crianças que recebeu de mim. Isso é gratificante. Sou apaixonada pelo ato de ensinar”, conta Dorly, com carinho.