Oi, meus aumiguinhos! Estou de volta! Como é bom poder dividir minhas aventuras com vocês! Outro dia eu estava passeando com a minha humana lá na beira do rio Tubarão quando de repente percebi que não estávamos sozinhos. Olhei pra trás e, confesso, levei o maior susto, minhas patinhas ficaram até meio bambas. Eram dois aumigos muito grandões, bem maiores que eu. Um deles era preto, meio magro e desengonçado. O outro era um caramelo, um pouco descabelado, mas até que tinha cara de gente boa. Eles chegaram mais perto, e eu fiquei parado, tentando parecer bravo (vai que cola). Foi aí que… ops! Escorreguei numa pedrinha e quase caí de cara no chão!
Os dois começaram a rir! O preto até deitou no chão de tanto que ria. Eu fiquei todo sem graça, meu focinho ficou até vermelho de tanta vergonha.
Depois de um tempo, começamos a conversar. Perguntei onde eles moravam. O preto me contou que morava na rua, mas tinha um humano que cuidava dele, dava água, comida e carinho. “É bem melhor do que nada”, latiu todo faceiro.
Enquanto ele falava, o caramelo interrompeu todo animado: “Ah, também vivo na rua! De vez em quando é até legal. Um dia entrei num lugar que tinha uma vitrine grandona cheia de frango assado dentro. O cheiro era muito bom. O rapaz tirou um e deixou em cima da mesa. Quando ele virou eu fui lá, peguei e saí correndo. Ele tentou me alcançar, mas eu fui mais ligeiro. A vida na rua é uma aventura, mas, às vezes, o que eu queria mesmo era uma cama quentinha.”
Continuamos a caminhada quando, de repente, uma capivara surgiu do nada e saiu correndo atrás da gente. Tentando me esquivar, acabei tropeçando e caí de bunda no chão. Desta vez o preto e o caramelo vieram me socorrer. “Bem se vê que você não está acostumado com o ‘mundo cão’”, eles latiram. Minha humana levou tanto susto que quis voltar logo para casa. Eu fiquei pensando no quanto sou sortudo por morar com uma família que me enche de amor e carinho. Naquele momento percebi que, seja na rua ou em casa, o que realmente importa é estar rodeado de pessoas e aumigos que nos façam bem, porque no fim das contas é isso que enche nosso coração de alegria.