No próximo dia 13 de junho, realizarei um sonho que, há alguns anos, sequer ousava imaginar: estarei lançando meu livro “Tecendo Memórias — O legado da AJEB e das Ajebianas na escrita de autoria feminina” na Bienal do Livro do Rio de Janeiro. E o momento ganha ainda mais significado por acontecer justamente no ano em que o Rio foi consagrado Capital Mundial do Livro pela Unesco.
O livro nasceu de quatro anos de pesquisa acadêmica, durante meu doutorado, em que mergulhei na história e nas memórias de mulheres que, como eu, encontraram na escrita não apenas uma forma de expressão, mas também de resistência, de pertencimento e de construção de identidade.
A AJEB — Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil — está no centro dessa história. Fundada em 1970, a AJEB reúne escritoras, jornalistas, pesquisadoras, professoras e profissionais de diversas áreas, unidas pelo compromisso com a palavra e pela busca de visibilidade na escrita de autoria feminina. Em 2018, tive o privilégio de fundar a AJEB em Santa Catarina e, desde 2023, tenho a responsabilidade e a honra de presidir a AJEB Nacional, acompanhando de perto o crescimento e a força dessa rede de mulheres em todo o Brasil.
Foi dentro da AJEB que encontrei o estímulo e o apoio para transformar uma inquietação pessoal em pesquisa acadêmica — e, depois, em livro. As Ajebianas — nome dado às associadas — me acolheram, dividiram comigo suas histórias e, com elas, compreendi que a escrita de autoria feminina é, antes de tudo, um território de legitimidade e coragem. Foi na AJEB que, enfim, me reconheci como escritora.
Por isso, lançar este livro durante o V Encontro Nacional e IV Internacional de Ajebianas, no palco da Bienal, tem, para mim, um significado que vai além da publicação de uma obra. É o testemunho de um percurso coletivo. Cada página carrega vozes que resistiram ao silêncio, que conquistaram o direito de narrar suas próprias histórias e que continuam, dia após dia, ampliando o lugar da mulher na literatura e no jornalismo.
“Tecendo Memórias” é, sobretudo, a celebração dessas trajetórias e dessa caminhada compartilhada. E, enquanto houver mulheres escrevendo, haverá sempre novos capítulos a serem tecidos.