No dia 26 de julho, celebramos o Dia da Avó. E foi pensando nessa data cheia de ternura e memórias que resolvi escrever sobre elas — essas mulheres que costuram afetos entre gerações.
Recentemente, entrei em contato pelo WhatsApp com uma escritora para convidá-la a participar do Bate-Papo Literário, programa que apresento na UnitvSC. Ao me enviar as informações para a entrevista, contou que começou a escrever pensando na netinha. Queria inseri-la, desde cedo, no mundo encantado dos livros — suas histórias seriam sua maior herança. Imaginei uma senhora de cabelos brancos, com a netinha no colo, contando histórias. Mas qual não foi minha surpresa quando ela chegou ao estúdio: toda elegante, cheia de vida, cabelos soltos e dourados. Comentei com ela a imagem de avó que criei na minha mente e rimos juntas. Confesso que ainda carrego um imaginário muito particular sobre o que é ser avó.
Na minha imaginação, avós se parecem com as minhas: voz mansa, passinhos curtos e arrastados, cabelos brancos, vestidos largos e compridos. E, como boa leitora, trago comigo também a Dona Benta do Sítio do Picapau Amarelo — cabelos grisalhos presos em um coque, óculos na ponta do nariz, rodeada de netos e livros.
Mas o fato é que os tempos mudaram — e, com eles, as avós também. Aquela mulher à minha frente era avó, sim. Mas uma avó moderna, criativa, transbordando energia, com alma jovem e muitos planos para o futuro.
E ela não é exceção. No meu grupo de ginástica, na academia Toia, há avós de diferentes idades que dançam, se exercitam, esbanjam vitalidade. São bonitas, vaidosas, saudáveis e vivem com propósito. Entre um exercício e outro, dão risadas, falam de suas atividades, viagens e, é claro, de seus netinhos.
Era uma vez o tempo em que as avós ficavam na cadeira de balanço esperando a vida passar. Hoje, correm ao lado dos netos, gravam vídeos para o Instagram, fazem ginástica, pilates, yoga, estudam, inventam histórias e memórias. Têm o colo de sempre, mas também têm asas — e gostam de voar.
Não se fazem mais avós como antigamente. Ainda bem! Porque as de hoje continuam sendo puro afeto, mas com uma pitada de reinvenção e modernidade. Um brinde às avós do nosso tempo, que continuam contando histórias — só que agora com um tênis no pé, uma mochila cheia de sonhos e uma vontade imensa de viver.