Voltei do V Encontro Nacional e IV Internacional de Ajebianas, realizado de 12 a 15 de junho no Rio de Janeiro, com a mala muito mais cheia. Não de roupas, mas de algo que não pesa nos ombros — embora ocupe todo o espaço do coração: afetos, vínculos, histórias e a certeza de que a palavra, quando partilhada, conecta as pessoas.
Na Bienal do Livro do Rio de Janeiro, onde a literatura pulsa vibrante, tive a alegria de lançar dois livros muito especiais. Tecendo Memórias, nascido da minha pesquisa de doutorado, é um tributo à escrita de autoria feminina e ao legado das Ajebianas. Gota e Pingo: Aventuras em Santa Catarina é um convite a uma deliciosa viagem pelo nosso estado, na companhia desses dois cachorrinhos divertidos e irresistíveis.
Também celebramos o lançamento da coletânea A Mulher no Mundo, reunindo 153 autoras da AJEB — uma constelação de vozes femininas que ilumina os caminhos da literatura com coragem, delicadeza e verdade.
Mas foi no sábado, durante o encontro que aconteceu ao longo de todo o dia no Hotel Mercury, que a emoção transbordou. Na Assembleia Geral Nacional Ordinária — a Agno — discutimos avanços no estatuto e, sobretudo, vivenciamos a alma da AJEB: a apresentação das coordenadorias, que encantaram com seus projetos literários, performances e relatos de atuação pelo país e pelo mundo.
Uma belíssima apresentação teatral, em que os atores interpretaram grandes nomes da nossa literatura, como Drummond e Clarice Lispector, enriqueceu ainda mais o encontro. Como escreveu o poeta Ferreira Gullar: “a arte existe porque a vida não basta”.
Estar à frente da AJEB Nacional nesse momento histórico — celebrando os 55 anos da associação e o centenário de nossa fundadora, Hellê Vellozo Fernandes — é mais do que uma honra: é um chamado, um compromisso com a memória e com o futuro.
E já nos preparamos para os próximos capítulos: em abril de 2026, no Mato Grosso, nos reuniremos novamente para celebrar os 56 anos da AJEB com mais afeto, aprendizado e irmandade. Que todas estejam prontas: a próxima travessia já começa a ser tecida.
Volto com a mala simbólica transbordando de memórias e afetos. E com uma certeza: escrever nos salva, nos mantém vivas. E estar juntas nos engrandece — e nos fortalece.