“Eu não posso admitir que, ainda com processo a percorrer, ainda com a possibilidade da defesa e do contraditório e atropelando a Constituição, que fala que nós deputados só podemos ser presos em flagrante delito de crime inafiançável, venhamos realmente a ir para a cadeia”, disse Eduardo Bolsonaro, ontem, em um vídeo estarrecedor que indicou o que se confirmaria horas depois: a adesão do PL à defesa da soltura imediata do deputado federal Chiquinho Brazão, preso por suspeita de mandar matar a vereadora Marielle Franco e de agir para obstruir a investigação. É notável que o filho de Bolsonaro tenha falado na primeira pessoa do plural, nos obrigando a considerar a possibilidade de ele, também deputado federal, estar fazendo uma autodefesa. Fica a dúvida: ele está com medo de ser preso?
Quadro em Criciúma
Dias depois de deixar a secretaria de Saúde de Criciúma, Acélio Casagrande dá sinais de que pretende ser candidato a prefeito, e não a vice de Arleu da Silveira (PSD), o nome apoiado por Salvaro. É uma jogada arriscada, porque o cenário eleitoral está muito polarizado entre as pré-candidaturas de Arleu e de Ricardo Guidi, que trocou o PSD pelo PL.
Histórico
Acélio teve uma eleição consagradora em 2022 na cidade, com mais de 26 mil votos para deputado estadual. Mas era apoiado por Salvaro, que ainda estava no PSDB. Seria uma primeira tentativa de desafiar seu padrinho político e faz os tucanos irem para um tudo ou nada, pois o espaço de vice do PSD parece garantido.
Bolsonaro em Tubarão
A confirmação da candidatura de Ricardo Guidi, por sinal, foi vista com bons olhos pelo PL em Tubarão. É que o gesto de Guidi, que praticamente abriu mão do mandato de deputado federal, pode estimular o ex-presidente Jair Bolsonaro a vir a Criciúma na campanha eleitoral. E como as cidades ficam próximas, podem estar dadas as condições para que ele venha à campanha de Soratto.
Novas filiações
O PL anunciou ontem a filiação de dois ex-vereadores que, ao que tudo indica, não pretendem disputar a eleição deste ano: Sargento Batista, que deixou há alguns dias a secretaria de Infraestrutura, e Felipe Felisbino, que já comandou a secretaria da Educação no governo de Manoel Bertoncini.