Eles viveram bastante. O Papa Francisco deixou este mundo no dia 21 de abril, aos 88 anos de idade. Pepe Mujica partiu, aos 89, em 13 de maio – menos de um mês depois, portanto. Um argentino e um uruguaio que se tornaram um farol de fraternidade e esperança não apenas para a América Latina, mas para o mundo inteiro. Suas obras intelectuais versam fundamentalmente sobre uma contestação frontal ao consumismo que dominou o mundo. Num momento em que o mundo tem fartura de influenciadores de ostentação nas redes sociais, ambos viveram seus últimos dias sem a opulência que suas trajetórias certamente garantiriam. Remaram contra a maré até onde a vida lhes permitiu. Que seu legado seja seguido por quem ficou.
Linguagem neutra
Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a inconstitucionalidade de um decreto do governo de Santa Catarina, publicado na gestão de Carlos Moisés, que proibia o uso da linguagem neutra em órgãos públicos. Todo mundo sabe bem que o pano de fundo desse debate não é linguístico, mas sim político. Porém, se quisermos debater a questão idiomática, vale destacar que a língua é um organismo vivo. Inúmeros são os exemplos de neologismos que se estabelecem pelo uso frequente. A língua está sempre se reinventando e tentar engessá-la é uma bobagem absolutamente inútil.
Cartório da língua
O professor Pasquale Cipro Neto sempre repete a definição: “o dicionário é o cartório da língua”. Com isso, ele pretende evidenciar o óbvio: o dicionário não é um conjunto de regras intransponíveis, mas sim um meio de registrar como os povos se comunicam. Em resumo: se as pessoas adicionarem um novo termo ao seu cotidiano, é questão de tempo que ele seja devidamente integrado ao que se pode chamar de “norma culta”.
Mais uma federação
O PSDB tem duas opções de sobrevivência neste momento: uma mais à direita, firmando uma fusão com o Podemos; e uma segunda, mais fiel à sua origem social-democrata, que consiste em firmar uma federação com partidos como PDT, PSB, Cidadania e Solidariedade. Aparentemente, a solução mais indicada é a primeira. E, mesmo assim, suas maiores lideranças estão sendo engolidas por partidos maiores, como os governadores Raquel Lyra (Pernambuco) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul), que foram para o PSD.