A imprensa divulgou que a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado deu parecer favorável a um projeto de lei que prevê o fim da reeleição para cargos majoritários. Parece ser uma boa notícia, já que é muito difícil competir numa disputa eleitoral quando um dos candidatos está ocupando o cargo em disputa, com toda a visibilidade e a máquina política que essa condição proporciona. Porém, o texto diz mais que isso: amplia os mandatos de quatro para cinco anos e estabelece a junção das disputas. Também pode ser uma proposta popular, porque o país deixaria de viver as eleições de dois em dois anos, como acontece hoje. Porém, vamos refletir: no ano que vem, o cidadão sairá de casa no dia 4 de outubro para dar nada menos que seis votos: presidente, governador, dois senadores, deputado federal e deputado estadual. É muita coisa e muitas vezes há pessoas eleitas pelas colinhas. Imaginem juntar mais dois (prefeito e vereador). E mais: vincular todas as campanhas, fazendo com que os candidatos a vereador sejam necessariamente cabos eleitorais de candidatos a deputado. Quem não tiver articulação assim provavelmente ficará excluído do processo. É muita mudança de uma vez só.
A CPI do engajamento
É difícil definir os ganhos reais que o país pode ter tido com os interrogatórios feitos por deputados e senadores a influenciadores que anunciam plataformas de apostas online. Ninguém disse nada que já não se soubesse. Mas Virgínia, por certo, morreu de rir com a exposição que teve, fantasiada de adolescente para figurar como uma moça indefesa que só queria defender seu modelo de prosperidade.
O caso do INSS
Com apoio de governo e oposição, a CPI do INSS vai começar em junho e ninguém sabe ao certo quem vai sair ganhando politicamente com isso. Parece claro que o escândalo sequer é partidário: sua operação nasceu num conluio entre associações fraudulentas e servidores omissos – para dizer, claro, o mínimo.
Quem sai perdendo
Quem é prejudicado com isso tudo? Certamente, entidades sérias como a Associação dos Aposentados e Pensionistas de Tubarão. A Apait presta uma série de serviços aos seus associados, da saúde à assistência jurídica, passando por atividades recreativas. Não se sabe de nenhuma acusação de desconto em folha sem a devida anuência do descontado. Com o bloqueio de descontos e repasses, que é temporário e pode se tornar definitivo, a sua existência está em risco.