Era de se imaginar que a notícia de que a Seleção Brasileira pode inaugurar um uniforme vermelho virasse piada política. Até porque a produção de memes dessa editoria anda muito frenética e o uso de inteligência artificial aperfeiçou a arte da zoeira. O que impressiona e fala um pouco sobre os rumos da nossa sociedade é que algumas pessoas tenham levado a piada a sério – ou, o que talvez seja pior: realmente acreditado nessa baboseira. O deputado federal Zé Trovão (PL-SC) chegou a apresentar um projeto de lei proibindo a jogada, mostrando que seu mandato aparentemente não tem mesmo muito mais com o que se preocupar. É um pouco de imaginação demais acreditar que a Nike e a CBF tomariam uma decisão comercial como essa pensando em manifestar apoio a qualquer grupo político. A Jordan, marca parceira da Nike e responsável pelo novo lançamento, faturou mais de R$ 1,7 bilhão em 2024 em projetos como esse. Acreditem, eles estão pouco ligando para a política brasileira. Michael Jordan, lenda do basquete e dono da marca, tem mais com o que se preocupar. Ao contrário de Zé Trovão.
União Progressista
A já anunciada União Progressista, federação formada entre o PP e o União Brasil, é uma realidade e muda o quadro da política brasileira. A pré-candidatura do governador Ronaldo Caiado, de Goiás, ganha um fôlego importante e se estabelece no quadro eleitoral do próximo ano. A grande questão é: se PP e União já eram divididos internamente, por que a federação não seria?
Governo, independência e oposição
O União tem três ministros no governo Lula. O PP tem mais um. Parece indiscutível que há uma forte ala governista. Também é certo que há nesses partidos uma base oposicionista e um dos símbolos é o senador catarinense Esperidião Amin. A pré-candidatura de Ronaldo Caiado também não deixa desconsiderar um bloco independente – que não gosta de Lula e não quer o bolsonarismo de volta.
Em Santa Catarina
Aqui no Estado, vale lembrar que o União já anda mais perto do PSD de João Rodrigues do que do PL de Jorginho Mello. O PP dá sinais de insatisfação com o espaço que tem na gestão. Portanto, o União Progressista pode ser uma força de uma chapa de oposição liderada pelo prefeito de Chapecó, se ela se materializar.
