Jair Bolsonaro, como se sabe, é um cidadão preocupado com a família. Dedicou boa parte de sua vida a se manter na política e a colocar seus filhos no mesmo trilho. Recentemente enviou o mais jovem deles para virar vereador em Balneário Camboriú, com projeção de se tornar deputado federal em 2026. Pacote fechado, apesar das notórias dificuldades em formular raciocínios básicos. Quando eleito senador em Santa Catarina, Jorge Seif comprovou o desprezo que o ex-presidente tem pelas lideranças de direita do Estado. A vinda de Carlos, que é vereador no Rio de Janeiro, para ser candidato em 2026 seria apenas mais do mesmo. Se Santa Catarina vota cegamente em quem Bolsonaro mandar, por que ele haveria de dar preferência aos “malucos” que marcaram ponto nas portas de quarteis daqui? É mais um duro golpe em lideranças como a deputada federal Júlia Zanatta, que se articula - ou articulava - para ocupar o espaço. Foi barrada na porta da festa que ajudou a organizar. Não parece gozar de tanta confiança assim nem na extrema direita. Você está com pena?
Sobre Jorginho e João
O jornalista Upiara Boschi, um dos principais articulistas da política catarinense, fez algumas pontuações importantes sobre a sempre aventada possibilidade de as pré-candidaturas ao governo de Jorginho Mello (PL) e João Rodrigues (PSD) se unirem.
Controle da sucessão
De acordo com a ponderação, Jorginho tem mostrado disposição em controlar o processo da sua própria sucessão. Quer ter liberdade para escolher o candidato em 2030, quando estaria encerrando o segundo mandato – isso no cenário que ele próprio projeta, é claro.
Candidato natural
Se João Rodrigues for eleito senador apoiando Jorginho, será muito naturalmente candidato a governador quatro anos depois. É um ponto de bastidor, mas muito relevante. O único nome do PSD atual que ele visualizaria para esse plano seria o de Topázio Neto. Como o prefeito de Florianópolis parece isolado no partido, a aliança fica a cada dia mais distante.