O governador Jorginho Mello passou por uma desmoralização na semana que está se encerrando. Dias depois de tratar sobre os critérios de composição da sua chapa, viu a família Bolsonaro em peso defender a candidatura de Caroline de Toni ao Senado - Carlos à frente. O recado foi dado: Jorginho pode até ser o governador de Santa Catarina, mas quem manda na direita do estado não é ele. Sua liderança pode ser descartada a qualquer momento e nem seria uma novidade dentro do modus operandi do bolsonarismo. O ato só reforça a impressão de que a extrema direita vê Santa Catarina como uma colônia que pode ter uma mão de obra interessante, mas não dispõe de nomes representativos o suficiente para se governar. Jair Renan é o candidato a deputado federal do grupo; Carlos Bolsonaro ao Senado. E quem quiser ser alguma coisa que peça a bênção.
Chapa desenhada
Na passagem por Tubarão na semana passada, Jorginho confirmou que o seu vice na próxima eleição virá do MDB. Tudo indica que será Carlos Chiodini, secretário estadual da Agricultura e presidente estadual do partido. Não é por acaso que ele virou alvo de João Rodrigues (PSD), cuja candidatura ao governo parece cada vez mais irreversível.
Os senadores
Carlos Bolsonaro será candidato ao Senado. Ao que parece, Jorginho quer Esperidião Amin ao seu lado, como forma de ter o apoio da federação União/ PP. Majoritária fechada, restando apenas a composição das suplências. Não é cedo demais para tantas certezas?
A chapa do João
João Rodrigues acusou Chiodini de votar com o governo Lula, o que indica que ele pretende disputar o posto de mais bolsonarista do estado com Jorginho. Deve ter o Novo no seu projeto, com ou sem a filiação de Caroline de Toni.
À esquerda
É bem provável que haja uma chapa à esquerda. O presidente nacional do Sebrae, Décio Lima, é o principal nome - até por ter ido ao segundo turno em 2022. O vereador, ex-deputado estadual e ex-vice-prefeito de Florianópolis Afrânio Boppré é a representação maior do PSOL. É provável que surja um nome do PSB, menos ligado à “esquerda tradicional” e mais próximo de ex-tucanos como o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ex-senador Paulo Bauer.