Não é simples concordar com Ana Campagnolo. A deputada estadual construiu um mar de votos e likes defendendo ideias deslocadas da realidade e assistindo às aulas do curso de Olavo de Carvalho. É, por exemplo, defensora do patrulhamento de professores na sala de aula. Uma lista extensa de barbaridades cuidadosamente calculadas para se tornar um fenômeno das redes sociais. Pois bem: Ana resolveu falar o óbvio. A candidatura de Carlos Bolsonaro a senador em Santa Catarina é uma humilhação coletiva à direita do Estado. Uma manifestação de desprezo. Não é por acaso que foi atacada por Jorge Seif. Afinal, o mandato de Seif é a introdução desta prática que parece naturalizada no bolsonarismo: eleger completos desconhecidos por ordem do seu líder - e ai de quem não gostar da ideia. Não espalhem, mas Ana Campagnolo tem razão.
A ofensa de Seif
É preciso registrar que Jorge Seif cumpriu a missão de confrontar Ana. Falou em ingratidão, ameaçou chorar copiosamente - algo que não fazia, ao menos em público, desde que fora flagrado no show da Madonna em Copacabana. Mas a bala de prata na tribuna foi chamá-la de “ninguém, uma professora”. Na extrema direita, professora é ofensa.
Federação homologada
Depois de muita especulação e ameaças de reviravolta, a Federação União Progressista foi, enfim, homologada no TSE. A federação nasce com uma representação significativa em Santa Catarina: um senador (Esperidião Amin), um deputado federal (Fábio Schiochet) e seis deputados estaduais. Que passarão a ser sete no ano que vem, quando Vicente Caropreso se filiará ao União, vindo do PSDB.
Debandada
O PSDB, por sinal, vive momento delicado. Depois de não conseguir formalizar uma federação, os tucanos vão perder também sua única deputada federal, Geovania de Sá. Restará apenas Marcos Vieira, que nem deverá disputar a reeleição à Assembeia Legislativa. Em tese é pré-candidato a governador.
