A legislação eleitoral brasileira estabeleceu mudanças significativas a partir das eleições de 2020. Duas delas atuam basicamente para reduzir a quantidade insana de partidos políticos que havia no país – muitos deles aceitando sem pudor a alcunha de “siglas de aluguel”. O fim das coligações proporcionais foi uma jogada certeira. Cada um precisa construir a sua própria chapa e muitos não conseguiram. Sumiram do mapa. A cláusula de barreira veio na mesma linha e passou a exigir uma representação mínima no Congresso. Com isso, antes de cada disputa presidencial há uma movimentação das siglas que correm o risco de ficar na estrada e precisam se aglutinar através de fusões ou federações. O noticiário nacional dá conta de que a federação entre União e PP está próxima de ser concretizada. Também voltou a pauta o debate sobre o futuro do PSDB – as junções com MDB e PSD parecem ter fracassado e agora o alvo parece ser o Podemos. À esquerda, PDT e PSB também parecem obrigados a discutir um casamento que dê tranquilidade às duas tradicionais agremiações. Ainda há, portanto, muita água a rolar sob essa ponte eleitoral.
Tarifaço do Trump
A semana foi dura para quem pratica o malabarismo mental para convencer alguém de que o governo Trump trata o Brasil como um aliado. O tarifaço anunciado nos Estados Unidos deixou claro que o presidente americano sente um homogêneo desprezo por todos que o cercam. E que não parece disposto a colar a sua agenda à da extrema direita de lugar algum – muito menos a brasileira.
Seif respira
O julgamento do pedido de cassação do senador Jorge Seif (PL-SC) foi novamente adiado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O ministro relator, Floriano de Azevedo Marques, não compareceu à sessão por motivo de doença na família. Acusado de abuso de poder econômico, Seif respira aliviado um pouco mais.