Sidônio Palmeira tomou posse como ministro da Secretaria de Comunicação Social na terça-feira. Bem antes de ser indicado ao cargo no governo federal, fez uma declaração notável: “O desafio que tínhamos naquela eleição era fazer a verdade tão encantadora quanto a mentira”. Estava falando da eleição de 2022, em que Lula bateu Bolsonaro por muito pouco – e num pleito em que o Estado se mostrou absolutamente despreparado para lidar com a indústria de fake news que a internet proporciona. Ainda no mesmo dia da posse o assunto já era a “taxa do pix”. Todos os agentes políticos envolvidos na história sabem que era mentira, desde o começo. Mas para muitos valeu a pena embarcar no encanto da mentira que Sidônio apontou. É muito mais interessante propagar teorias da conspiração e teses de espionagem do que recorrer ao pensamento racional. Dá muito mais engajamento. O ministro provou a veracidade de sua tese logo ao chegar ao posto.
Primeiro ponto: superávit
A coluna da última semana, que tratou sobre a cobrança da Cosip, gerou muitas mensagens e um bom debate na sociedade. Dá para resumir a discussão em três pontos. O primeiro: é correto a taxa de iluminação pública cobrar mais do que o serviço público precisa e usar esse superávit no custeio de outras políticas públicas? Fica a questão.
Segundo ponto: justiça
Chegamos, ainda, à avaliação: é justa a forma como a Cosip é cobrada hoje? Vizinhos de porta podem usufruir igualmente do serviço e pagar valores absolutamente diferentes por terem consumos de energia elétrica diferentes. Esse é o critério socialmente mais justo?
Terceiro ponto: transparência
Há ainda um terceiro item consideravelmente relevante nesse debate: a transparência na aplicação desse superávit. Onde foi parar o dinheiro que sobra na Cosip? Falta uma prestação de contas clara à sociedade. Não um balancete cheio de termos técnicos, mas um recado direto à sociedade. São pontos que estarão em pauta nos próximos meses.
