21 DE NOVEMBRO DE 2024
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JOÃO MARCELO FRETTA ZAPPELINI

11/10/2024 06:00

A Baret do Soratto!!

Nas expedições náuticas lá pelos anos de 1700, o ambiente era puramente masculino. Descobrir o incerto no outro lado do oceano era missão para alguns poucos corajosos. Voltar para casa, sabiam de antemão, seria como celebrar um renascimento.

Em uma dessas aventuras, Louis-Antoine de Bougainville, um famoso navegador e escritor francês, traçou entre 1766 e 1799 uma viagem de volta ao mundo e que tinha como missão circum-navegar o planeta para fazer frente ao poderio da marinha inglesa.

E foi nesse ambiente insalubre e assustador que uma mulher, Jeanne Baret, vestiu-se de homem e se pôs entre os marinheiros para acompanhar o seu amor e amante, Philibert Commerson, um famoso naturalista e botânico francês. 

Baret se notabilizou nos serviços mais pesados no navio e, mesmo depois de ser reconhecida por uma tribo nativa do Taiti, por sua impressionante capacidade de trabalho e conhecimento das plantas medicinais, o comandante da fragata francesa resolveu não processá-la e nem detê-la.

A corajosa botânica levou ao rei Luís XV uma enormidade de novas plantas que descobrira na expedição, mas, uma delas, em especial, nos liga umbilicalmente. A  Bougainvillea brasiliensis.

Ao aportar no Rio de Janeiro, mais especificamente na Baía de Guanabara, Louis-Antoine recebeu das mãos de Baret uma “planta admirável de grandes flores e de um violeta suntuoso” e que, até hoje, conhecemos pelo seu sobrenome: “Bougainville”.

Isso mesmo. Quem colheu a planta Bougainville para que fosse disseminada pelo mundo foi uma mulher, mas quem levou a fama foi Louis, o navegador.

Uma injustiça comum e usual no trato com o gênero feminino que, independentemente da época em que vivemos, teima em não passar.

E é exatamente por isso, citando Jeanne Baret, é que me sinto na obrigação de reverenciar a arquiteta Graziela Souza. O amor de Estêner Soratto.

Soratto não poderia levar o sobrenome que herdou do pai, mais uma vez, à cadeira mais importante do município sem que a sua esposa colhesse as Bougainvilles do caminho.

O sentimento abundante de orgulho que certamente inundou o coração do novo prefeito é fruto, também, de uma dedicação devota da Grazi, e ela merece ser lembrada, assim como foi Baret, deste feito extraordinário.

O nome que será falado no futuro será Soratto, o prefeito, mas a responsável pela colheita... ah, a gente sabe quem foi.
 

Vitorioso

O índice de rejeição beirava os 70%. Jairo Cascaes, político habilidoso, observou o cenário e retirou-se da campanha sem fazer alarde. 

Quieto, no seu canto, comandou uma nominata que resultou na eleição de cinco nomes para a Câmara de Vereadores.

O olhar para o nada e o sorriso estampado no dia da vitória, ali na Praça 7, demonstram exatamente o tamanho do feito do atual prefeito. 
 

Fênix

Eu não sei quem é o autor dessa frase, mas lembro do ex-governador Luiz Henrique da Silveira citá-la em certa ocasião: “O único animal que não morre é o político”

Fazia alusão a lideranças que, mesmo combalidas e fora do processo político, não deveriam ser descartadas.

Essa máxima cai bem ao ex-prefeito Joares Ponticelli. Os surpreendentes poucos 919 votos que recebeu para vereador foram como uma pá de cal. Um fim de ciclo.

Lógico, isso para os mais desavisados. Ou alguém duvida que Joares possa renascer das cinzas e dar as caras já na próxima eleição?

Crippa

Preto Crippa, o novo prefeito de Laguna, veio com um discurso afiado. Aluguéis de prédios públicos em demasia, velhas práticas administrativas e suspeitas de corrupção deram o norte para a sua corajosa campanha eleitoral.

Agora, o discurso terá que ir para a prática e o Preto pode inaugurar uma nova era na Cidade Juliana. O potencial das terras vizinhas todos nós já conhecemos.

Onde estão?

Aliás, uma situação chamou a atenção nas campanhas eleitorais da região.

Não faltaram discursos contra a corrupção. Falas que indicavam, inclusive, suspeitas em temas muito específicos.

E é aí que me pergunto: se os candidatos sabem de práticas nada republicanas praticadas nas administrações municipais e se é de conhecimento público tratativas que fogem dos limites legais, onde estariam os órgãos fiscalizadores? O que anda fazendo o sempre diligente MP?

Até quando assistiremos essa complacência de braços cruzados?

MDB

Nos 18 municípios da Amurel, o MDB elegeu apenas um prefeito: Laurinho Boeing, em Braço do Norte.

É muito pouco para o maior partido do estado e que possuía, até então, uma densidade eleitoral expressiva na região.

Neste momento, quem tem que entrar em campo é o senso crítico. Os erros estão colocados há bastante tempo e só não os enxerga quem não quer.

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